Criptomoedas

CEO de empresa pirâmide que tinha Ronaldinho como garoto propagando é preso

CEO da OmegaPro, foi preso em Istambul por liderar pirâmide de criptomoedas que causou prejuízo de R$ 22 bilhões a vítimas em todo o mundo.

ManahPirämide Financeira
ManahPirämide Financeira

Andreas Szakacs, o CEO da OmegaPro, foi preso em Istambul, na Turquia, sob a acusação de liderar um esquema de pirâmide de criptomoedas que causou um prejuízo monumental de aproximadamente R$ 22 bilhões (US$ 4 bilhões) às suas vítimas em todo o mundo. A prisão de Szakacs é um marco importante em uma investigação que revelou a magnitude e a sofisticação de um dos maiores golpes financeiros dos últimos anos.

Segundo o jornal turco BirGün, Szakacs vinha utilizando o nome de Emre Avci após se tornar cidadão turco, uma mudança que as autoridades acreditam ter sido feita para dificultar sua localização. Sob a identidade de Avci, ele continuou operando a OmegaPro, uma empresa que prometia retornos de até 300% em apenas 16 meses, atraindo um grande número de investidores com a promessa de lucros exorbitantes.

A OmegaPro operava globalmente, com representantes em países como Colômbia, México, Nicarágua, Chile, Hong Kong, Singapura, Inglaterra, França, Bélgica, Nigéria, Congo, Índia, Coreia do Sul e Argentina. A empresa utilizava táticas agressivas de marketing e a imagem de celebridades para legitimar suas operações e enganar investidores desavisados. Entre os famosos envolvidos na promoção da OmegaPro estavam craques do futebol como Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Falcão, Wesley Sneijder, John Terry, Iker Casillas e Luís Figo, além dos atores Steven Seagal e Suniel Shetty.

Em eventos de alto perfil, como torneios de futebol realizados em Dubai e no Panamá em 2022, a OmegaPro buscava projetar uma imagem de legitimidade. Vídeos promocionais mostravam jogadores de futebol vestindo camisas da OmegaPro e participando de eventos organizados pela empresa. No entanto, essas ações de marketing não passavam de uma fachada para ocultar as atividades fraudulentas que estavam por trás da empresa.

Embora as celebridades envolvidas na promoção da OmegaPro provavelmente não soubessem que estavam sendo usadas para promover um golpe, a situação de Ronaldinho Gaúcho é particularmente notável. O ex-jogador do Barcelona tem um histórico de envolvimento com projetos suspeitos e foi recentemente intimado a prestar depoimento na CPI das Criptomoedas no Brasil. Em um vídeo gravado em Dubai, Ronaldinho aparece ao lado de Andreas Szakacs, afirmando ser um embaixador da OmegaPro, o que reforçou a confiança de muitos investidores no esquema.

No entanto, a verdadeira natureza da OmegaPro veio à tona quando a empresa começou a travar os pagamentos aos investidores, levando a uma enxurrada de denúncias e investigações. Segundo relatos, a OmegaPro não apenas prometia retornos irreais, mas também realizava cerimônias falsas de premiação e publicava artigos e capas de revistas falsificadas para enganar ainda mais as vítimas. A audácia dos criminosos foi tamanha que eles chegaram a falsificar edições da revista Forbes, afirmando que Szakacs havia sido reconhecido por seu trabalho no desenvolvimento da OmegaPro.

A prisão de Andreas Szakacs em Istambul marca um momento de justiça para as milhões de vítimas do esquema. Durante sua detenção, as autoridades descobriram que ele havia movimentado R$ 880 milhões (US$ 160 milhões) em um único mês, mas ele se recusou a fornecer as senhas de acesso às suas carteiras de criptomoedas, onde a polícia acredita que sua fortuna esteja guardada.

Além de Szakacs, outras figuras-chave no esquema da OmegaPro incluem Dilawar Singh, um alemão, e Mike Sims, um americano, que continuam sendo procurados pelas autoridades. Embora a prisão de Szakacs traga algum alívio, a recuperação dos fundos roubados ainda é uma incerteza para as vítimas.

As celebridades que promoveram a OmegaPro provavelmente não enfrentarão punições legais, mas o caso serve como um lembrete sombrio dos riscos associados ao investimento em projetos que prometem retornos elevados e utilizam figuras públicas para ganhar credibilidade. Enquanto isso, as vítimas da pirâmide financeira continuam a buscar maneiras de recuperar seus investimentos, tendo aprendido uma lição dolorosa sobre os perigos de golpes financeiros sofisticados.