
A liquidação extrajudicial do Banco Master, decretada pelo Banco Central em 18 de novembro de 2025, acionou o maior ressarcimento já realizado pelo Fundo Garantidor de Créditos. Com mais de 1,6 milhão de investidores afetados, a principal dúvida agora é saber qual é o FGC prazo de pagamento e quando o dinheiro aplicado, principalmente em CDBs, começará a ser devolvido.

Os depósitos e investimentos elegíveis estarão sujeitos ao limite de R$ 250 mil por CPF, e o FGC terá de liberar aproximadamente R$ 41 bilhões para atender os credores. Como o fundo depende da lista oficial de investidores enviada pelo liquidante nomeado pelo BC, o processo envolve etapas obrigatórias e um prazo operacional que ainda gera ansiedade entre os clientes.
Neste texto, então, você vai entender quando o FGC deve começar a pagar, quais são os prazos estimados, como solicitar o ressarcimento e o que acontece com quem tinha valores acima de R$ 250 mil no Banco Master.
Quando o FGC começa a pagar: prazo oficial e estimativas
Após a liquidação do Banco Master, o FGC iniciou o processo de preparação para o ressarcimento, mas o pagamento não é imediato. A primeira etapa depende do liquidante nomeado pelo Banco Central, que precisa levantar a lista completa de investidores, saldos e rendimentos até a data da liquidação (18/11/2025).

Só depois que essa base for enviada ao Fundo Garantidor é que o cronograma começa a andar.
Segundo o próprio FGC e especialistas do mercado, o prazo estimado para o início dos pagamentos é de cerca de 30 dias. Esse período é necessário para:
- receber e validar a relação oficial de credores;
- cruzar dados de CPFs e CNPJs;
- definir quem tem direito à garantia;
- liberar o botão de solicitação no aplicativo oficial.
Esse ciclo costuma variar entre 30 e 40 dias em operações menores, mas, no caso do Banco Master, trata-se do maior ressarcimento da história, envolvendo aproximadamente R$ 41 bilhões. Por isso, o processo pode exigir alguns dias adicionais de organização interna.
Assim que o FGC liberar a etapa de solicitação, o credor poderá pedir o pagamento diretamente pelo aplicativo oficial, informando seus dados e a conta bancária para receber os valores.
Como solicitar o pagamento pelo FGC
Para receber o ressarcimento, o investidor do Banco Master precisará solicitar o pagamento diretamente ao Fundo Garantidor de Créditos. O processo é simples, mas só ficará disponível depois que o FGC receber a base oficial de credores enviada pelo liquidante nomeado pelo Banco Central.
Veja o passo a passo:
1. Baixe o aplicativo oficial do FGC
O pedido será feito exclusivamente pelo app:
No caso de empresas, é possível solicitar também pelo portal do FGC.
2. Faça o cadastro inicial
O investidor deve informar:
- CPF ou CNPJ
- dados pessoais
- e-mail e celular
- criar senha de acesso
3. Aguarde a liberação do botão “Solicitar pagamento”
Esse botão ainda não aparece, pois depende da chegada da lista de credores do Banco Master ao FGC.
Assim que o fundo receber os dados e organizar tudo, o app vai liberar automaticamente.
4. Informe a conta bancária para receber os valores
A conta precisa ser:
- de mesma titularidade
- em qualquer banco do país
- ativa e apta a receber TED/PIX
5. Assine o termo de sub-rogação
É um procedimento obrigatório: assim, ao receber o valor, o investidor “cede” ao FGC o direito de cobrar o banco na liquidação.
A assinatura é digital e feita dentro do próprio app.
6. Aguarde o crédito na conta
Após a solicitação, o pagamento costuma ocorrer rapidamente, geralmente em poucos dias úteis, desde que o valor esteja dentro do limite da garantia (R$ 250 mil por CPF/CNPJ por instituição).
O que acontece com quem tinha mais de R$ 250 mil no Banco Master?
O limite de cobertura do FGC continua sendo R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição financeira, independentemente do tamanho do rombo do banco. Dessa forma, isso significa que:
- quem tinha até R$ 250 mil no Banco Master receberá integralmente pelo FGC (após seguir o procedimento no aplicativo);
- quem tinha acima de R$ 250 mil só receberá o teto. O valor excedente entrará na chamada massa falida da instituição.
E o que isso significa na prática?
Quando o valor ultrapassa o limite do FGC:
- o excedente não é pago de imediato;
- ele entra no processo de liquidação do banco, junto com todos os demais credores;
- o pagamento depende da venda de ativos, recuperação de dívidas e demais resultados da liquidação;
- isso pode levar anos, e, em muitos casos, o investidor recebe apenas parte do excedente ou nada, dependendo, assim, da disponibilidade de recursos no final do processo.
O FGC paga rendimentos?
Sim. O FGC cobre:
- o valor investido
- mais os rendimentos acumulados até a data da liquidação (18/11/2025)
Ou seja, quem tinha, por exemplo, R$ 240 mil em CDB mais juros acumulados até a data da liquidação, receberá esse total, desde que não ultrapasse o teto de R$ 250 mil.
E quem tinha investimentos diferentes?
A garantia é por instituição, não por tipo de produto.
Então, se todos os produtos (ex.: CDB, LCI, conta remunerada) estavam sob o mesmo CNPJ bancário, o limite total continua sendo R$ 250 mil somando tudo.
Quais investimentos do Banco Master são cobertos pelo FGC?
Enfim, o FGC cobre apenas produtos considerados depósitos e créditos garantidos. No caso do Banco Master, entram na garantia:
- CDB (Certificado de Depósito Bancário)
- Poupança
- LCI (Letra de Crédito Imobiliário)
- LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)
- Depósitos à vista (conta-corrente)
- Depósitos a prazo
- Letra de Câmbio
- RDB (Recibo de Depósito Bancário)