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Fundos de Inflação: o que são e quando investir?

Quer se proteger da inflação no longo prazo? Os fundos de inflação são uma boa opção para tal. Confira as características, vantagens e desvantagens de se investir em tal produto.

fundos de inflacao
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Bom, os fundos de inflação se caracterizam por uma boa alternativa para buscar retornos reais, isto é, acima da inflação. Dessa forma, em alguns momentos da economia, tais fundos, também chamados de fundos IMA-B, podem apresentar retornos bem significantes.

Se pegarmos como exemplo o ano de 2019, os fundos atrelados à inflação entregaram uma rentabilidade de 24,3%. Assim sendo, bem acima da média apresentada pelos demais produtos de renda fixa, que se referenciam basicamente do CDI.

Manter o poder de compra é fundamental, e um fundo de inflação pode ser útil para isso. Entretanto, há momentos mais propícios para se investir em um fundo como esse. Atualmente, será que vale a pena? Hoje iremos explicar tudo sobre esses fundos, para te ajudar a conhece-los melhor.

O que são fundos de inflação?

Basicamente, os fundos de inflação ou fundos IMA-B são fundos que possuem sua rentabilidade atrelada a variação da inflação – IPCA. Portanto, investem em títulos do Tesouro IPCA+ ou semelhantes. Dessa forma, enquanto os fundos de renda fixa mais conservadores buscam caminhar próximos ao CDI, os de inflação buscam o IMA-B.

O IMA-B é uma subclasse do Índice de Mercado Anbima (IMA) criado pela Anbima. Tal índice possui quase todos Tesouro IPCA+ com pagamento de juros semestrais. Assim sendo, quase todos os fundos de inflação possuem uma rentabilidade bem próxima aos títulos do governo.

Todavia, vale ressaltar que mesmo sendo classificado como um fundo de renda fixa, tal investimento possui mais volatilidade, e assim, torna-se um tanto quando mais arriscado.

Além disso, assim como qualquer fundo de investimento, a gestão é feita por um gestor profissional. Ele quem define a composição do portfólio e a proporção dos recursos. Portanto, também estão sujeitos ao pagamento de taxas de administração, e podem, inclusive, cobrar taxas de performance pelo o que exceder o IMA-B.

Como dito, os fundos de inflação seguem o IMA-B (sem restrição de prazo), mas também podem seguir especificamente o IMA-B 5 ou o IMA-B 5+. Ou seja, investem em títulos com prazo menor que cinco anos ou igual/superior a cinco anos.

Por via de regra, quanto maior o prazo de vencimento de um título referenciado à inflação, mais a tendência de oscilação. Entretanto, justamente por isso, possuem uma rentabilidade mais alta no longo prazo.

Por fim, gostaria de dizer que as principais vantagens de se investir em um fundo de investimento são: liquidez; baixas taxas de administração (comparadas a outros fundos de investimentos); e investimentos atrelados ao juros real. Como desvantagem, apontaria: marcação a mercado e come-cotas.

Mas quando investir em um fundo de inflação?

Naturalmente, os fundos de inflação costumam ter mais procura em momentos em que a taxa Selic está mais baixa. Isso acontece porque irá proporcionar uma rentabilidade maior do que fundos com viés mais conservador. Dessa forma, enquanto a Selic cai o preço dos títulos sobem, e a mesma coisa ao contrário.

Assim sendo, enquanto há expectativa de queda para a taxa básica de juros, os títulos tendem a subir. Por isso, em 2012, 2016 e 2019, os títulos subiram 26,68%, 24,81% e 24,3%, respectivamente.

Portanto, se você quer atingir bons resultados investindo em fundos de inflação é necessário acompanhar mais o mercado financeiro. Além disso, como a gestão desses fundos é passiva, sofrem diretamente a variação de seu índice de referência. Desse modo, não há muito como confiar em seus gestores, visto que não participam ativamente da gestão do fundo.

Em alguns períodos tais fundos apresentaram variação negativa.

De 2016 para cá, a taxa básica de juros despencou de 14% ao ano para 2% ao ano. Com isso, a rentabilidade dos fundos referenciados no CDI perdeu atratividade e os fundos de inflação apresentaram uma ótima rentabilidade.

Ainda vale a pena investir em um fundo de inflação?

Bom, com essa queda brutal de 2016 para cá, é óbvio que novos cortes são pouco esperados, e se ocorrerem, não farão tanta diferença. Assim sendo, não privilegiaria os fundos de inflação.

Além disso, o mercado financeiro já projeta a taxa Selic a 2,75% em 2021. O Banco Central, mesmo mantendo a taxa na última reunião do Copom, meio que baixou as expectativas de forward guidance – expectativa de juros baixos no longo prazo. Dessa forma, com a elevação da Selic, tecnicamente os fundos de inflação deixariam de entregar um retorno altamente atrativo.

Entretanto, não há necessariamente a necessidade de se desfazer de tal investimento. Isto porque tais fundos continuam a ser uma boa forma de diversificar a carteira, com foco em retornos reais – acima da inflação.

Afinal, é fato e consensual que é necessário ter parte de seus investimentos em aplicação mais conservadores, afim de proteger sua carteira de oscilações muito negativas na parte investida em ações, por exemplo.

Portanto, isto explica minha afirmação de que é necessário acompanhar mais o mercado financeiro para saber o melhor momento de se investir em um fundo de inflação. Acompanhar o crescimento da inflação, as projeções do mercado para a Selic e mais, ajudam na tomada de decisão.

Fundos ou diretamente no Tesouro IPCA?

Que os fundos de inflação são formados por títulos do Tesouro IPCA você já sabe. Por isso, por que não investir diretamente nesses títulos? O que diferencia o modo de investir entre os dois?

Primeiramente, a grande diferença é a escolha dos ativos. Quando você investe em um fundo de inflação, o gestor responsável pela gestão irá compor a carteira. Todavia, quando você investe diretamente no Tesouro, você mesmo deve fazer essa escolha.

Além disso, uma outra diferença está na rentabilidade. Quando se compra diretamente os títulos, sua rentabilidade é informada no momento da compra, mas valida apenas se os papéis forem mantidos até o vencimento, mesmo com a possibilidade de vende-los antes. Entretanto, num fundo, as cotas variam diariamente, independente se foram vendidos títulos da carteira ou não.

Dessa forma, se seu objetivo é simplesmente se proteger da inflação no longo prazo, é mais óbvio comprar diretamente os títulos. Porém, se seu objetivo é ganhar com a valorização, é melhor contar com um gestor profissional que tomará a decisão de comprar e vender com mais assertividade.