
O Pix conquistou os brasileiros e se tornou o meio de pagamento mais usado do país, superando até mesmo o dinheiro e os cartões. Mas, para quem vai viajar, surge a dúvida: é possível usar Pix no exterior? E mais, será que existe cobrança de IOF no Pix internacional, assim como acontece com o cartão de crédito?

Neste artigo, você vai entender em quais países já é possível pagar usando Pix, como funcionam as parcerias que viabilizam a tecnologia fora do Brasil e quais taxas estão envolvidas nessas operações. Além disso, vamos explicar a diferença entre o Pix nacional e o Pix internacional e mostrar se realmente vale a pena usar esse recurso em viagens.
Pix no exterior já existe?
A resposta curta é: ainda não existe um Pix internacional oficial criado e regulamentado pelo Banco Central. O sistema, lançado em 2020, funciona apenas dentro do Brasil e foi desenhado para transferências entre contas nacionais.
Porém, isso não significa que o Pix não pode ser usado fora do país. Hoje, a expansão acontece por meio de fintechs e intermediárias financeiras, que conectam estabelecimentos estrangeiros ao sistema brasileiro. Essas empresas geram um QR Code em reais, fazem a conversão imediata para a moeda local e repassam o valor ao lojista no exterior.
Ou seja: você paga em reais pelo aplicativo do seu banco, e o comerciante recebe na moeda local, como euro ou dólar. O processo é instantâneo e transparente, com câmbio garantido na hora.

Além disso, existe um movimento global chamado Nexus, liderado pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), que pretende integrar os sistemas de pagamentos instantâneos de mais de 60 países. Quando esse projeto estiver ativo, o Pix poderá ser usado de forma oficial para transferências internacionais, sem depender de soluções privadas.
Enquanto isso não acontece, a realidade é que o Pix fora do Brasil já é aceito em locais estratégicos e turísticos, principalmente onde há forte presença de brasileiros.
Em quais países já é possível pagar com Pix?
Mesmo sem uma versão oficial do Banco Central, o Pix já começou a ganhar espaço no exterior graças a fintechs que atuam como intermediárias. A aceitação ainda é restrita, mas cresce rapidamente em destinos turísticos com grande presença de brasileiros. Veja os principais exemplos:
Argentina
Em Buenos Aires, diversas lojas e restaurantes já aceitam Pix por meio de plataformas como Koywe e PagBrasil. O turista paga em reais pelo QR Code, e a conversão para pesos acontece automaticamente.
Uruguai
Em Punta del Este, restaurantes, lojas de departamento e até pontos turísticos adotaram o Pix como forma de pagamento. A tecnologia é viabilizada pela PagBrasil, que converte os valores diretamente para reais.
Portugal
Em Lisboa, hotéis, agências de passeios e comércios já oferecem a opção de Pix, com apoio do Braza Bank e da adquirente Unicre. Para o turista, o valor aparece em reais, e o lojista recebe em euros.
Estados Unidos
Nos EUA, o Pix já está presente em cidades como Miami, Orlando e Nova York, graças à parceria entre PagBrasil e Verifone. A grande vantagem é que o pagamento é feito em reais, com câmbio garantido na hora, o que evita surpresas na fatura do cartão.
França
Em Paris, farmácias e perfumarias conhecidas dos turistas brasileiros — como a CityPharma e a Fragrance de l’Opéra — já aceitam Pix. O modelo é o mesmo: QR Code, pagamento em reais e conversão instantânea para euros.
Outros países
Além dos destinos acima, o Pix já começa a aparecer em:
- Paraguai (Ciudad del Este, especialmente em lojas de eletrônicos).
- Chile, Peru e México (pontos turísticos com grande fluxo de brasileiros).
- Holanda, Espanha e China, em estabelecimentos parceiros de fintechs como e Eupago.
A aceitação ainda não é universal, mas a tendência é clara: quanto mais brasileiros viajam, maior o interesse dos lojistas em oferecer o Pix como opção de pagamento.
Pix internacional paga IOF?
Sim. Assim como acontece com compras no exterior feitas no cartão de crédito ou débito, o Pix internacional também tem cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Desde julho de 2025, a alíquota foi unificada em 3,5% sobre o valor da transação.
Além do IOF, podem existir outros custos envolvidos:
- Conversão cambial: o valor em reais é convertido automaticamente para a moeda local no momento da compra. Em geral, utiliza-se o câmbio comercial, que costuma ser mais vantajoso do que o câmbio turismo aplicado em cartões.
- Tarifa de intermediação: fintechs e empresas que fazem a ponte entre o Brasil e o exterior podem cobrar uma taxa extra, normalmente entre 2% e 3%, para viabilizar a transação.
Comparação com cartão de crédito
- IOF: tanto o cartão internacional quanto o Pix têm a mesma alíquota de 3,5%.
- Câmbio: no cartão, o valor é definido apenas no fechamento da fatura, podendo variar; no Pix, o câmbio é travado no momento da compra.
- Spread cambial: no cartão, a diferença costuma ser de 5% a 7%; no Pix, fica em torno de 2% a 3%.
- Transparência: no Pix, o valor final em reais aparece antes da confirmação do pagamento; no cartão, só é conhecido dias depois.
Então, mesmo pagando IOF, o Pix internacional geralmente sai mais barato e previsível que o cartão de crédito, principalmente porque trava o câmbio na hora.
Vale a pena usar Pix no exterior?
O Pix internacional pode ser uma ótima alternativa em viagens, mas ainda não substitui totalmente o cartão de crédito ou o dinheiro em espécie.

Vantagens do Pix no exterior
- Previsibilidade nos gastos: o valor em reais aparece antes da confirmação, sem surpresas depois.
- Câmbio mais barato: geralmente usa o câmbio comercial, com spread menor do que o cartão.
- Praticidade: basta escanear o QR Code, sem precisar de cartão físico ou dinheiro vivo.
- Segurança: reduz o risco de perder dinheiro em espécie ou sofrer clonagem de cartão.
Limitações do Pix no exterior
- Aceitação restrita: ainda não está disponível em todos os países ou em todos os comércios.
- Dependência de intermediários: o uso fora do Brasil só acontece graças a fintechs, o que pode gerar tarifas extras.
- Exige conexão com banco brasileiro: para pagar, tanto a conta quanto o app precisam estar ativos no Brasil.
Dicas práticas para viajantes
- Tenha sempre mais de uma opção de pagamento (Pix, cartão e um pouco de dinheiro em espécie).
- Verifique as taxas de câmbio e o IOF antes de confirmar a compra.
- Prefira usar o Pix em estabelecimentos turísticos ou grandes redes, onde a aceitação é mais garantida.
- Considere usar o Pix como plano B: ideal para emergências, quando o cartão não passar ou o dinheiro acabar.

Ou seja: o Pix internacional vale a pena quando disponível, pensando mais em compras do dia a dia e para quem quer controle total do valor pago em reais. Mas ele ainda funciona como complemento — não como substituto total do cartão no exterior.
Futuro do Pix internacional
O Banco Central ainda não lançou uma versão oficial do Pix internacional, mas há expectativa de mudança com o projeto Nexus, do Banco de Compensações Internacionais (BIS). A ideia é integrar sistemas de pagamentos instantâneos de mais de 60 países, permitindo transferências em tempo real e conversão automática de moedas dentro do próprio app bancário.
Enquanto isso não acontece, a expansão segue pelas mãos de fintechs e parcerias privadas, principalmente em destinos turísticos com muitos brasileiros. A tendência é que, nos próximos anos, o Pix se consolide como um meio de pagamento global.
Conclusão sobre o Pix no exterior
O Pix, mesmo sem uma versão internacional oficial, já ultrapassou as fronteiras brasileiras. Dá para usar em vários destinos no exterior graças a parcerias com fintechs. Hoje, turistas conseguem pagar em reais em países como Argentina, Uruguai, Portugal, Estados Unidos e França, entre outros pontos turísticos com grande fluxo de brasileiros.
É importante lembrar que, assim como no cartão, o Pix internacional tem incidência de IOF de 3,5%, além de custos de câmbio e eventuais tarifas de intermediários. Ainda assim, costuma ser mais vantajoso que o cartão de crédito, já que oferece câmbio travado na hora e maior transparência no valor final.
Portanto, o Pix no exterior vale a pena como alternativa prática e segura, mas ainda deve-se usar em conjunto com outras formas de pagamento. Com a chegada do projeto Nexus, a expectativa é que o Pix se torne, nos próximos anos, um recurso oficial para transações globais.