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- Fernando Haddad desiste da viagem à Europa a pedido do presidente Lula
- O ministro se dedicará à definição de um pacote de cortes de gastos
- O cancelamento ocorre em meio à crescente pressão do mercado financeiro e incertezas fiscais
- O dólar fechou em alta de 1,52%, atingindo R$ 5,869, o maior valor desde maio de 2020
- A falta de clareza sobre a viagem gerou críticas entre analistas, que veem a presença de Haddad como crucial em momento decisivo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu cancelar sua viagem à Europa a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dessa forma, concentrando-se nas discussões sobre um pacote de cortes de gastos. A embarcação estava marcada para a tarde desta segunda-feira (4), mas a situação econômica atual exigiu sua presença em Brasília.
A assessoria do Ministério da Fazenda informou que a equipe tomou a decisão após um período de intensa pressão no mercado financeiro, que expressou preocupação com a demora na apresentação das medidas de austeridade.
Incerteza fiscal
Essa incerteza fiscal aumentou o temor sobre a sustentabilidade da dívida pública, especialmente em um contexto de elevação das taxas de juros no Brasil. Na última sexta-feira (1°), o dólar fechou em alta de 1,52%, alcançando R$ 5,869, o nível mais elevado desde o início da pandemia, superando o patamar de R$ 5,841 registrado em maio de 2020.
A proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos, com Donald Trump se destacando como favorito nas apostas, exacerbou a valorização da moeda norte-americana. O dólar, que chegou a ser cotado a R$ 5,762 na mínima, disparou no final do dia, impulsionado pela percepção de que a viagem de Haddad poderia adiar anúncios cruciais sobre os cortes de gastos.
Além disso, a falta de clareza sobre os motivos da viagem gerou críticas entre analistas financeiros, que consideram a presença do ministro vital em um momento tão decisivo para a política fiscal do país.
No passado, Haddad já havia cancelado uma viagem à China para tratar de propostas relacionadas ao novo arcabouço fiscal, em uma situação semelhante à atual. A pressão por respostas e soluções se intensifica, à medida que o governo busca estabilizar a economia e restaurar a confiança dos investidores.
“Nós embarcamos [no] sábado [25]. O Haddad não pode comunicar uma coisa e sair. Percebe? Seria estranho. Eu anuncio e vou embora. O Haddad tem que anunciar e ficar aqui para debater, para responder, para dar entrevista, para conversar com o sistema financeiro, com a Câmara dos Deputados, com o Senado, com outros ministros, com empresários”, na época, Lula comentou em uma entrevista ao portal Brasil 247.
Os aspectos da variação da moeda norte-americana
A valorização da moeda norte-americana, ou seja, a alta do dólar, pode ser atribuída a uma combinação de fatores econômicos, políticos e financeiros. Aqui estão algumas das principais razões:
- Expectativas de política monetária: O Federal Reserve (Banco Central dos EUA) pode aumentar as taxas de juros para combater a inflação. Taxas mais altas tornam os ativos denominados em dólares mais atraentes, atraindo investimentos e elevando o valor da moeda.
- Incertezas políticas: A proximidade de eventos políticos, como eleições, pode gerar volatilidade. Por exemplo, a incerteza em torno das eleições presidenciais nos EUA pode influenciar a confiança dos investidores e aumentar a demanda pelo dólar como ativo seguro.
- Desempenho econômico dos EUA: Indicadores econômicos fortes, como crescimento do PIB, baixa taxa de desemprego e aumento nas vendas no varejo, podem levar a uma valorização do dólar, pois reforçam a confiança na economia americana.
- Comparação com outras economias: Se outras economias estão enfrentando desafios, como instabilidade política, inflação elevada ou crises econômicas, isso pode aumentar a demanda pelo dólar como um “porto seguro” para investidores.
- Fluxo de capital: Movimentos de capital para os EUA, especialmente em momentos de incerteza global, podem fortalecer o dólar. Os investidores tendem a buscar segurança em moedas estáveis, e muitos consideram o dólar como uma dessas moedas.
Esses fatores se inter-relacionam e podem causar flutuações rápidas no valor do dólar em relação a outras moedas, como o real brasileiro.
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