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As importações de pneus aumentaram 32% no primeiro trimestre de 2023 e alcançaram US$ 450 milhões, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior e mapeados pela Vixtra, fintech de comércio exterior.
Ainda de acordo com o levantamento, o aumento foi impulsionado principalmente pela alta na demanda, que teve um crescimento de 27% no volume de pneus importados em peso, totalizando um aumento de 29 mil toneladas em relação ao primeiro trimestre de 2022, chegando a um patamar de 138 mil toneladas. Apesar do crescimento no volume importado, houve uma queda de 8% em valor quando comparado com o último trimestre de 2022, quando foram importados US$ 488 milhões.
“Após uma retração em 2020 por causa da pandemia, o Brasil vem registrando um crescimento contínuo desde 2021, quando, dentre outras ações, o governo decidiu reduzir a alíquota de importação dessa classe de produtos”, explica Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra.
“Apesar do cenário ainda incerto e desafiador, a reabertura das economias globais, mesmo que de forma gradual, contribuiu para que tivéssemos um aumento na demanda”, prossegue.
No período, os principais países exportadores de pneus para o Brasil foram a China (com 35,3% de participação), o Vietnã (12,6%), os Estados Unidos (9,1%), a Índia (8,3%) e o Japão (5,6%), que juntos concentram mais de 70% das importações brasileiras de pneus no primeiro trimestre de 2023.
Recentemente, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu fixar uma tarifa de 16% para a importação de pneus de carga, revogando uma norma anterior que havia zerado a tarifa para a importação de cinco modelos do item.
Para Baltieri, a imposição da tarifa pode desestimular a compra de pneus importados, aumentando o custo para os consumidores brasileiros.
“A fixação da alíquota pode reduzir a compra desses produtos e comprometer o negócio de muitas PMEs. Evidentemente, há uma pressão da indústria nacional para o restabelecimento dessas taxas como forma de manter a competitividade. É preciso conciliar ambos os interesses”, prossegue.
“A imposição de impostos sobre produtos importados precisa ser devidamente planejada para não desestimular a compra desses produtos e servir de protecionismo à indústria nacional. Em último caso, se não houver um planejamento adequado, todos podem sair prejudicados, inclusive o consumidor final. Portanto, é necessário cautela com a implementação de tais medidas”, conclui.
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