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As vendas de cimento em fevereiro de 2024 totalizaram 4,6 milhões de toneladas, um aumento de 3,9% em relação ao mesmo mês de 2023, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o setor apresentou leve alta de 0,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
A venda por dia útil – um indicador que considera o número de dias trabalhados que tem forte influência no consumo de cimento – foi de 219,8 mil toneladas, uma queda de 0,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior e uma redução de 1,3% em relação ao acumulado no ano.
Os principais indutores do desempenho foram as perspectivas mais favoráveis no mercado de trabalho1, com aumento da massa salarial e expansão do emprego formal e a uma forte retomada dos lançamentos do MCMV iniciada no segundo semestre de 2023.
No entanto, os indicadores de confiança caminham em direções opostas entre o otimismo e o pessimismo. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, a confiança do consumidor2 manteve a tendência de queda, atingindo o menor nível desde maio de 2023. Apesar da redução gradual dos juros e do nível de endividamento, ambos ainda impactam na situação financeira das famílias, que é refletida na percepção pessimista dos consumidores.
A confiança da construção civil³ subiu em fevereiro, atingindo o maior nível desde outubro de 2022. Apesar da melhora, o indicador permanece no campo de pessimismo moderado. A falta de mão de obra e o acesso ao crédito ainda são apontados como as principais limitações ao desenvolvimento do setor.
Mesmo com a recuperação do mercado de trabalho, o salário dos trabalhadores ainda permanece numa recuperação lenta, com valores reais inferiores aos apresentados em 2020, quando havia o auxílio por conta da pandemia. O baixo poder de compra da população reflete também na queda das vendas dos materiais de construção e lançamentos imobiliários.
Mesmo diante desse cenário desafiador, a indústria brasileira de cimento segue moderadamente otimista com a aprovação da Reforma Tributária e sua regulamentação, a redução da Selic, o controle de inflação e a retomada de obras de infraestrutura e habitação do programa Minha Casa, Minha Vida. Fatores esses que levam o setor a manter a projeção de crescimento de consumo do produto estimada em 2% para este ano, com um acréscimo aproximado de 1,2 milhão de toneladas, insuficiente para recuperar as perdas de 3 milhões de toneladas registradas nos anos de 2022 e 2023.
“Existe um consenso no País de que o investimento em infraestrutura é uma condição necessária para a retomada do crescimento socioeconomico, hoje um dos principais entraves que afetam nossa competitividade. O pavimento de concreto tem ganhado espaço em diversas regiões como solução competitiva em termos de custos, ganhos ambientais, qualidade para os usuários e a melhor utilização de recursos públicos e privados. Além de ser mais econômico e sustentável, apresenta longa durabilidade, que pode chegar a 30 anos, e redução da manutenção”
Paulo Camillo Penna – Presidente do SNIC
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