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- A porta-voz do governo iraniano, Fatemeh Mohajerani, afirmou que as eleições nos Estados Unidos não afetarão as políticas internas do Irã
- A Guarda Revolucionária do Irã se preparou para um possível confronto com Israel, após os ataques israelenses a território iraniano em outubro, reafirmando sua capacidade de resposta a ações militares
- Especialistas temem que o retorno de Trump à Casa Branca signifique o reimpôr de uma política de “pressão máxima” contra o Irã, com sanções severas
- Durante seu primeiro mandato, Trump retirou os EUA do pacto nuclear de 2015 e reimpos as sanções ao Irã, gerando uma crise econômica no país e aumentando as tensões na região
O governo iraniano reagiu à vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos com firmeza. Assim, afirmando que a mudança de liderança em Washington não afetará as condições de vida no país.
Fatemeh Mohajerani, porta-voz do governo, declarou nesta quarta-feira (6) que as eleições americanas não têm relevância para as políticas internas do Irã. E, que a nação persa está preparada para seguir com suas estratégias independentes, independentemente do resultado eleitoral.
Imunes à mudanças
Em entrevista à agência de notícias semioficial Tasnim, Mohajerani afirmou que as políticas do Irã são estáveis e imunes a mudanças com a alternância de líderes nos Estados Unidos:
“As eleições nos EUA não são realmente da nossa conta. Nossas políticas são estáveis e não mudam com base em indivíduos. Fizemos as previsões necessárias anteriormente e não haverá mudanças no modo de vida das pessoas”, disse Mohajeran.
Porém, especialistas e autoridades ocidentais e árabes alertam que a reeleição de Trump pode significar uma intensificação das tensões com o Irã. Especialmente no campo econômico e militar.
Durante sua presidência anterior, Trump adotou uma estratégia de “pressão máxima” sobre Teerã. Impondo sanções severas, exclusivamente, contra a indústria petrolífera iraniana, e ampliando o apoio a Israel em suas ações contra o Irã.
Segundo fontes, Trump pode novamente adotar essa política. Portanto, que inclui a aplicação de sanções mais rigorosas e uma aproximação ainda mais estreita com o governo israelense. Assim, podendo até autorizar ataques a instalações nucleares iranianas.
Manifestação da Guarda
A Guarda Revolucionária do Irã também se manifestou sobre o resultado das eleições, reforçando sua postura combativa e sua prontidão para um possível confronto com Israel. Ali Fadavi, vice-comandante da Guarda Revolucionária, afirmou que Teerã e seus aliados regionais estão prontos para responder a qualquer provocação.
“Os sionistas não têm o poder de nos confrontar e devem esperar por nossa resposta… nossos depósitos têm armas suficientes para isso”, disse o vice-chefe da Guarda, Ali Fadavi, na quarta-feira.
A relação entre Irã e Estados Unidos está marcada por décadas de desconfiança e confrontos diretos e indiretos. Durante seu primeiro mandato, Trump foi responsável por retirar os Estados Unidos do acordo nuclear de 2015, o JCPOA (Plano de Ação Conjunto Global), que havia sido firmado entre o Irã e seis potências mundiais. A saída dos EUA do pacto e a reimposição das sanções resultaram em uma grave crise econômica no Irã. No entanto, que ainda se recupera dos efeitos das restrições impostas.
Dessa forma, enquanto o Irã tenta tranquilizar seus cidadãos e garantir a continuidade de suas políticas internas, a comunidade internacional observa com cautela os próximos passos de Trump. Além das possíveis repercussões de sua reeleição nas tensões no Oriente Médio.
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