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O festival Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, conhecido nas redes sociais como “Janjapalooza”, recebeu um total de R$33,5 milhões de investimentos de estatais brasileiras. A Itaipu Binacional e a Petrobras foram as principais financiadoras do evento, com aportes de R$15 milhões e R$18 milhões, respectivamente, conforme revelado pelo jornal Estado de S. Paulo nesta quarta-feira (13).
A Itaipu Binacional destinou R$15 milhões para o festival e outros eventos paralelos ao G20 Social, que ocorre entre os dias 14 e 16 de novembro na Praça Mauá, no Rio de Janeiro. Já a Petrobras, por meio de um acordo de cooperação internacional com a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEIA), investiu R$18 milhões no evento, alinhando seu apoio aos temas discutidos no G20, como a transição energética e mudanças climáticas.
O festival, organizado sob a influência da primeira-dama Rosângela da Silva, mais conhecida como Janja, traz artistas de renome, como Alceu Valença, Zeca Pagodinho e Ney Matogrosso, para apresentações com entrada gratuita. Além disso, o evento ocorre em paralelo à reunião do G20 Social, que reúne representantes da sociedade civil global para discutir questões como a pobreza e a crise climática.
Segundo a Petrobras, o investimento no festival faz parte de um projeto de cooperação internacional, com o valor total de R$18,5 milhões destinado ao ano de 2024. A estatal afirma que o festival contribui para a promoção de temas ligados ao desenvolvimento sustentável e à justiça social, refletindo as políticas públicas e a agenda de transição energética da empresa.
O que dizem as estatais:
Em nota, a Itaipu Binacional destacou que seu apoio ao evento e à cúpula do G20 Social reflete o compromisso da empresa com discussões globais em torno da pobreza e da crise climática. “A nossa participação em eventos como o G20 Social e o ‘Janjapalooza’ é estratégica, pois permite a troca de experiências e contribui para a construção de soluções para os grandes desafios globais”, afirmou a estatal.
Além das estatais brasileiras, o evento conta com o suporte de diversas organizações internacionais, incluindo a OEIA, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), além da prefeitura do Rio de Janeiro. O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), embora não tenha realizado patrocínio financeiro, também está envolvido, oferecendo suporte consultivo na infraestrutura de conectividade do evento.
A falta de transparência sobre o valor investido por outras estatais, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, gerou questionamentos. O BNDES, por sua vez, não forneceu informações e direcionou o pedido ao Ministério da Cultura, que afirmou que os dados sobre o financiamento serão divulgados posteriormente. A falta de clareza quanto ao montante total investido por essas instituições vai contra a prática habitual do BNDES, que costuma disponibilizar informações financeiras publicamente.
O evento, que já ganhou notoriedade nas redes sociais, é parte de uma série de eventos patrocinados por estatais no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A mobilização de recursos públicos para iniciativas como esta tem gerado debates sobre a utilização de verbas federais para financiamento de projetos culturais, especialmente quando essas iniciativas estão associadas a figuras políticas e à promoção de imagens do governo.
Em relação aos custos do evento, foi informado que cada artista contratado para se apresentar no festival receberá um cachê simbólico de R$30 mil, valor que também gerou discussões sobre a viabilidade e prioridades no uso de recursos públicos para esse tipo de evento.
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