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Pesquisa trimestral realizada pela KPMG apontou que foram realizadas 117 operações de fusões e aquisições no agronegócio ao longo do ano passado. Esse resultado é mais que o dobro (alta de 105%) das transações contabilizadas em 2021 (57) e o triplo das contabilizadas em 2020 (39). Ainda de acordo com o estudo da KPMG, que analisou 43 setores da economia brasileira, o agronegócio respondeu sozinho por 7% do total de transações realizadas no país em 2022.
“Esse desempenho indica que a atividade de fusões e aquisições no setor continua aquecida no Brasil, apresentando crescimento exponencial nos últimos três anos, mas ainda aquém do potencial que tem. Cabe ressaltar que, conceitualmente, o agronegócio integra uma cadeia de valor que gira em torno da produção agropecuária e de insumos, além das atividades ‘depois da porteira’, a agroindústria e os agroserviços”, resume a sócia-líder de agronegócio da KPMG no Brasil, Giovana Araújo.
O levantamento mostrou que o grande destaque da atividade de fusões e aquisições no setor ficou com as empresas do elo de agroserviços, responsáveis por 76% das transações. Desse montante, cerca de 80% dos negócios envolveram empresas de tecnologias, um indicador do crescente apetite por soluções tecnológicas e de inovação, além de novos modelos de negócios. As companhias de insumos para a agropecuária representaram 14% do total, enquanto outros 10% foram compostos por agroindústrias.
“Apesar de relevante dentro do universo de transações realizadas no setor ao longo do ano, o número de transações envolvendo empresas de tecnologia ainda é incipiente diante das 1.703 startups de agronegócio (agtechs) mapeadas pela Embrapa no ecossistema de inovação do Brasil. Com relação ao segmento de insumos, observamos a manutenção da tendência de consolidação e cada vez mais transações envolvendo empresas de fertilizantes, atividade que tem sido objeto crescente de verticalização por grupos do Agronegócio. Já no segmento da agroindústria, é nítido o crescimento das empresas atreladas ao segmento de alimentos e bebidas”, explica a sócia.
A pesquisa da KPMG também apontou a predominância das chamadas transações domésticas, realizadas por empresas brasileiras e em território nacional. Das 117 negociações contabilizadas em 2022, 75% envolveram empresas de capital majoritário brasileiro adquirindo, também de brasileiros, capital de empresa estabelecida no Brasil. Outros 24% foram de empresas de capital majoritário estrangeiro adquirindo, de brasileiros, capital de empresa estabelecida no Brasil, e 1% de empresa de capital majoritário brasileiro adquirindo, de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no exterior.
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