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A mudança global em direção à descarbonização está impulsionando o crescimento e o otimismo no setor de mineração mundial, de acordo com um estudo da KPMG. Mais de 70% dos entrevistados esperam disrupção na indústria em função do ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) nos próximos três anos. O risco mais citado pelos entrevistados nesta 12ª edição do relatório foi o ambiental que, no ano passado, havia ficado em quinto lugar. Já o impacto da covid-19 nos negócios não foi citado. O estudo foi feito com base na resposta de 300 executivos do setor em 23 mercados, inclusive, o brasileiro.
“Embora parte do impacto da pandemia da covid-19 tenha diminuído, é notável que os principais riscos enfrentados pela indústria de mineração continuem vindo de fora, e não de dentro do setor. Os preços das commodities, os riscos de permissões e o acesso a reservas ainda são questões-chave para os executivos. No entanto, o mundo agora está olhando para uma recuperação econômica e desenvolveu uma aceitação crescente de que questões internacionais mais crônicas, incluindo ESG, precisam ser abordadas de forma mais proativa”
analisa o sócio líder de mineração da KPMG, Ricardo Marques.
Segundo o levantamento, mais da metade (55%) deles afirmou não acreditar que as questões de ESG fossem claramente compreendidas e consistentes em todo o mercado.
“O aumento do interesse dos executivos pelas metas de ESG e o das expectativas dos investidores são sinais de que as empresas de mineração estão tendo que mudar o foco e assumir compromissos de longo prazo que não tiveram no passado. Apesar da incerteza, há sinais de que os líderes do setor estão usando o período de crescimento atual para reinvestir e se comprometer com um futuro mais verde e sustentável”
esclarece.
Adotando a transformação tecnológica:
Uma maneira importante de reduzir as emissões de carbono é por meio da adoção de novas tecnologias – com 87% dos executivos acreditando que a tecnologia desempenha um papel fundamental para solucionar os desafios do ESG. Quase metade dos executivos (46%) acredita que a inovação tecnológica será uma fonte de grande disrupção no setor nos próximos três anos, e praticamente todos estão determinados a aproveitar isso como uma oportunidade e não como uma ameaça.
“Há uma oportunidade de crescimento com a adoção da tecnologia. As empresas de mineração não são conhecidas como disruptoras tecnológicas. No entanto, há um mandato atualmente para investir mais em tecnologia visando encontrar soluções para os desafios de hoje – do ESG, passando pela produtividade, às maneiras de reduzir custos”
afirma o líder de energia e recursos naturais da KPMG no Brasil, Anderson Dutra.
Confiança diminui, mas otimismo permanece:
No último relatório, 62% dos entrevistados revelaram estar confiantes nas perspectivas de crescimento da sua organização nos próximos 24 meses. Embora este número tenha caído um pouco em relação à pesquisa do ano passado (66%), ele reafirma que a volatilidade nos preços das commodities, combinada com uma maior incerteza geopolítica e relacionada à pandemia, não está diminuindo o otimismo no mercado.
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