- A Ágora exclui BTG Pactual e Localiza, ajustando sua carteira para focar em empresas que se beneficiam da alta da Selic
- Itaú Unibanco é adicionado devido à distribuição de dividendos robusta, enquanto Suzano é escolhida pela sua forte geração de caixa em 2025
- A carteira de 2024 registrou queda de 6,6%, com a Ágora ajustando suas estratégias para 2025 visando estabilidade e crescimento
A Ágora Investimentos realizou ajustes importantes em sua carteira recomendada de ações para iniciar 2025. Em um movimento estratégico, a corretora decidiu retirar da composição as units do BTG Pactual (BPAC11) e as ações de Localiza (RENT3).
Visando reduzir a exposição a ativos que podem se beneficiar menos com o ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic). As mudanças refletem, no entanto, uma análise detalhada das condições econômicas e das perspectivas para o próximo ano.
Retirada do BTG Pactual e Localiza
A decisão de excluir os papéis do BTG Pactual foi fundamentada nas expectativas de que o ciclo monetário restritivo afetará negativamente o setor financeiro.
A Ágora Investimentos observa que a alta da Selic pode diminuir a emissão de dívidas e as ofertas subsequentes de ações, que são fontes relevantes de geração de recursos para o banco.
Além disso, o segmento de Sales & Trading, que representa uma parte importante do portfólio do BTG, pode se tornar mais desafiador devido à maior atratividade da renda fixa. Dessa forma, o que prejudica a dinâmica de negócios da instituição.
Já em relação à Localiza, a saída do portfólio se deve à avaliação de que a empresa pode não se beneficiar tanto do ciclo de alta da taxa de juros quanto outros setores.
A alta da Selic tende a impactar a demanda por serviços de locação de veículos. Contudo, que são sensíveis a custos de financiamento e mudanças no comportamento do consumidor.
Itaú Unibanco e Suzano
Com as exclusões, a Ágora Investimentos adicionou duas novas ações à sua carteira para janeiro: Itaú Unibanco (ITUB4) e Suzano (SZUB3).
No caso do Itaú, a casa de análises acredita que o banco se beneficiará de um cenário de menor ruído regulatório. E, ainda, de uma posição de capital robusta até o final de 2024.
Espera-se que o Itaú distribua dividendos extraordinários entre R$ 12,7 bilhões e R$ 20,8 bilhões no quarto trimestre de 2024. Dessa forma, o que representaria um impacto significativo no capital da empresa.
Esse pagamento de dividendos deve gerar um retorno atrativo para os investidores, com um aumento de 0,9 a 1,5 ponto percentual no capital do banco.
A perspectiva positiva também é sustentada pela sólida posição financeira e pela capacidade de gerar fluxo de caixa. Que posiciona o Itaú de forma estratégica para os próximos anos.
A Ágora incluiu a Suzano na carteira devido ao seu potencial de geração de caixa robusto em 2025, sendo uma das maiores produtoras de celulose do mundo.
Apesar de um cenário mais cauteloso sobre o mercado de celulose nos próximos anos, os analistas da Ágora veem a empresa como bem posicionada para extrair valor de seus ativos existentes e aproveitar as oportunidades de crescimento.
Volume de produção
A combinação de maiores volumes de produção, a redução de custos e a desvalorização do real são fatores que devem ajudar a Suzano a gerar caixa substancial em 2025.
Além disso, a administração adota uma postura conservadora, evitando aquisições significativas, o que beneficia os esforços de desalavancagem da empresa.
Além de Itaú Unibanco e Suzano, a carteira recomendada para janeiro da Ágora Investimentos conta com os seguintes papéis: Eletrobras (ELET6), Cyrela (CYRE3), EcoRodovias (ECOR3), JBS (JBSS3), Petrobras (PETR4), Sabesp (SBSP3), Vivo (VIVT3) e Vale (VALE3).
Estes ativos, no entanto, foram selecionados com base nas perspectivas de crescimento e geração de caixa em 2025. Levando em conta o cenário econômico de alta da Selic e os desafios fiscais internos.
Desempenho da carteira em 2024
Até o dia 26 de dezembro, a carteira recomendada pela Ágora registrou uma queda de 6,6%. Dessa forma, um desempenho inferior ao Ibovespa (IBOV), que teve uma queda de 3,7% no mesmo período.
Apesar do desempenho negativo em 2024, a corretora ajustou suas estratégias para 2025, focando em empresas que apresentam maior resiliência ao cenário de juros altos. E, no entanto, que devem se beneficiar das tendências macroeconômicas e setoriais.
Expectativas para o próximo ano
Com a estratégia de redução da exposição a setores mais vulneráveis à alta da Selic, a Ágora Investimentos busca fortalecer sua carteira com ativos que possam oferecer maior estabilidade e potencial de valorização em 2025.
As escolhas de Itaú Unibanco e Suzano refletem a aposta em empresas com boas perspectivas de geração de caixa e pagamento de dividendos. No entanto, fundamentais em um cenário econômico de juros elevados.
O ano de 2025 promete ser desafiador, e a Ágora Investimentos está focada em garantir que sua carteira esteja bem posicionada para lidar com as incertezas e aproveitar as oportunidades que surgirem no mercado. Com ajustes prudentes e foco em ativos sólidos, a corretora busca oferecer aos investidores uma opção mais segura e rentável diante do atual ciclo econômico.