
- Itaú BBA eleva preço-alvo da Minerva (BEEF3) para R$ 9, alta potencial de 39,5%.
- Cenário global favorece exportações, com escassez de carne nos EUA e na China.
- Negativa no Uruguai não muda estratégia da companhia para expansão regional.
O Itaú BBA revisou para cima o preço-alvo das ações da Minerva Foods (BEEF3), passando de R$ 7 para R$ 9, o que representa potencial de valorização de 39,5% até o fim de 2025. A recomendação de compra foi mantida, refletindo confiança no desempenho da companhia.
O relatório aponta a Minerva como a melhor assimetria de curto prazo no setor de Agronegócio, Alimentos & Bebidas. O mercado deve revisar suas estimativas conforme a empresa reduz riscos e apresenta resultados consistentes.
Perspectiva positiva do Itaú BBA
De acordo com o banco, a visão otimista se apoia em fatores-chave. O primeiro é o Ebitda mais forte do que o esperado no segundo trimestre de 2025, o que evidencia eficiência operacional e controle de custos.
Além disso, a integração das plantas adquiridas tem avançado de forma sólida, aumentando a capacidade de produção e reduzindo gargalos logísticos. Somam-se a isso os ventos favoráveis nos estoques dos Estados Unidos, que devem impulsionar as margens da empresa.

Por fim, as projeções macroeconômicas do próprio Itaú BBA, com juros menores e câmbio mais fraco, indicam que a Minerva pode reduzir despesas financeiras já a partir de 2026, fortalecendo sua geração de caixa.
Cenário global da carne bovina
O mercado internacional de carne bovina entra em um ciclo de oferta limitada e preços em alta. O rebanho dos Estados Unidos atingiu o menor nível em 75 anos, enquanto a China projeta sua primeira queda de produção em uma década.
Essas restrições globais, somadas a mudanças nos fluxos de exportação, devem beneficiar os produtores da América do Sul, especialmente Brasil e Uruguai, que possuem custos mais competitivos e maior disponibilidade de rebanho.
Nesse contexto, a Minerva (BEEF3) surge como uma das companhias melhor posicionadas para capturar o movimento de valorização dos preços internacionais, impulsionando as exportações no segundo semestre.
Negativa no Uruguai não muda estratégia
Apesar do otimismo com os fundamentos, a Minerva (BEEF3) enfrentou um revés no Uruguai. A autoridade de defesa da concorrência local voltou a negar a compra de três fábricas da MBRF (MBRF3), avaliadas em R$ 675 milhões, localizadas em San José, Salto e Colonia.
A decisão impede a continuidade do processo de aquisição, mas não altera o planejamento estratégico da empresa. Em comunicado ao mercado, a Minerva afirmou que está avaliando alternativas para crescer na região e manter a liderança nas exportações.
Procurada pela Reuters, a companhia informou que não fará novos comentários além do conteúdo divulgado em fato relevante. Mesmo assim, o mercado reagiu de forma neutra, já que a operação representava uma pequena fração do portfólio da companhia.