
- BofA projeta início do ciclo de cortes no Brasil já em dezembro de 2025.
- Juros menores favorecem bolsa e consumo, mas podem pressionar bancos.
- México e Colômbia também devem cortar mais do que o consenso projeta.
O Bank of America soltou uma previsão que pegou o mercado de surpresa: o Banco Central pode iniciar o ciclo de cortes já em dezembro, antes do consenso que aposta em 2026. Assim, a redução seria de 50 pontos-base, abrindo espaço para uma trajetória mais agressiva de flexibilização na América Latina.
A visão contrasta com a prudência do mercado, mas encontra respaldo em fatores como inflação menor, dólar mais fraco e desaceleração da economia global. Se confirmada, a virada pode mudar estratégias de fundos, pressionar o real e redesenhar projeções para empresas listadas na B3.
Impacto direto no Brasil
Para o investidor local, a principal consequência está na precificação dos ativos de risco. Juros menores atraem capital estrangeiro, impulsionam o Ibovespa e aliviam o custo de crédito para empresas.
Além disso, o corte antecipado também reduz a atratividade dos títulos públicos de curto prazo. Isso pode acelerar a migração de investidores para renda variável e fundos imobiliários.
Já os bancos, que vinham se beneficiando dos spreads elevados, podem sentir pressão sobre margens. Ainda assim, o mercado tende a premiar setores ligados ao consumo e construção.
Repercussão na região
No México, o BofA projeta taxa básica em 6,5% até 2026, apoiada em inflação contida e peso valorizado. O Banxico, porém, deve esperar 2026 para voltar a cortar de forma consistente.
Na Colômbia, o banco estima taxa terminal de 7%, abaixo dos 8,5% vistos pelo mercado. Ademais, o desafio é equilibrar demanda interna forte e riscos de inflação com a necessidade de estimular o crescimento.
Portanto, o pano de fundo é comum: dólar fraco, atividade global em moderação e espaço para cortes mais cedo do que o esperado. Esse cenário favorece ações e bônus de emergentes.