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A volta do BTG: BPAC11 retorna ao top 10 da B3 em meio a tombo histórico do setor financeiro

Apesar de recuperar espaço no ranking de ativos mais negociados, os grandes bancos amargaram perdas históricas em julho.

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btg pactual BPAC11
btg pactual BPAC11
  • BTG voltou ao top 10 da B3 após mais de um ano, mas em meio a fortes quedas do setor financeiro.
  • Vale e Petrobras resistiram à turbulência e mantiveram liderança com ganhos.
  • Embraer subiu com isenções ao tarifaço, enquanto Weg desabou com temor de custos mais altos.

A ação do BTG Pactual (BPAC11) voltou a figurar entre as dez mais negociadas da B3 depois de mais de um ano fora da lista. A presença do banco reforça o peso do setor financeiro no mercado, que dominou metade das posições do ranking de julho.

O dado, porém, não representa boas notícias. Todas as ações financeiras que ganharam espaço no levantamento mensal terminaram o mês no vermelho, com perdas que chegaram a 14%. O movimento revela que o volume se concentrou em vendas e reforça o mau humor dos investidores.

Bancos no topo, mas em queda

O levantamento da DataWise+ em parceria com a B3 mostrou que Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4), a própria B3 (B3SA3) e o BTG Pactual voltaram a dominar a bolsa. Juntas, essas ações ocuparam metade do top 10.

O BTG, em especial, movimentou em média R$ 357,8 milhões por dia, mas ainda ficou atrás do Itaú, que registrou R$ 732,8 milhões diários. O problema é que o fluxo foi de venda: todos encerraram julho com quedas relevantes.

O quadro reforça a fragilidade do setor em meio à tensão política e ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos, que elevou o risco percebido no Brasil e pressionou ainda mais a bolsa.

Gigantes resistem

Enquanto os bancos caíam, a liderança continuou nas mãos da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4). As duas companhias conseguiram ganhos de 2% e 4%, respectivamente, e mantiveram médias diárias de negociação bilionárias.

A força das exportadoras de commodities funcionou como escudo contra o tarifaço. Como seus produtos são cotados em dólar e possuem baixa dependência do comércio direto com os EUA, o impacto foi limitado.

Essa resiliência foi crucial para evitar uma queda ainda maior do Ibovespa, que já teve em julho o pior desempenho mensal dos últimos quatro anos.

Embraer surpreende e Weg sofre

A Embraer (EMBR3) também brilhou. Com ganho de 5% no mês, entrou no top 5 das mais negociadas. O avanço veio após os EUA recuarem em parte da tarifa de 50% e concederem isenção para setores estratégicos, beneficiando diretamente a fabricante brasileira.

No sentido oposto, a Weg (WEGE3) despencou 13%. Apesar da forte presença no mercado americano com fábricas locais, a expectativa de custos maiores e a pressão cambial pesaram nas ações, que movimentaram R$ 489 milhões por dia.

Esse contraste ilustra como o tarifaço gerou vencedores e perdedores dentro da bolsa, reforçando a necessidade de diversificação nas carteiras de investidores.

O peso do investidor

O recorte por público investidor mostrou diferenças significativas. Pessoas físicas deram mais peso à Embraer e ao varejo, incluindo Magalu (MGLU3). Já os fundos e estrangeiros mantiveram foco em Vale e Petrobras, enquanto as instituições financeiras se concentraram em bancos.

Esse comportamento reforça que investidores de varejo são mais suscetíveis aos ruídos políticos e econômicos de curto prazo. Em contrapartida, os estrangeiros priorizaram empresas com proteção natural ao dólar.

No fim, apenas a ação da Vale apareceu como consenso entre todos os grupos, mesmo que em posições diferentes dentro do ranking.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.