
- Ibovespa caiu 0,60%, aos 144.984 pontos, pressionado por bancos e Petrobras.
- Dólar subiu 0,27%, a R$ 5,33, enquanto juros futuros avançaram.
- Cenário externo pesou com queda nos futuros de Wall Street e cautela após falas do Fed.
O Ibovespa recuou 0,60% nesta segunda-feira (22), fechando aos 144.984,40 pontos, em dia marcado pela realização de lucros e pela pressão negativa das ações do setor bancário. O desempenho interrompeu a sequência de altas recentes e ocorreu em meio à instabilidade no exterior.
Enquanto isso, o dólar subiu 0,27%, cotado a R$ 5,33, e os juros futuros (DIs) avançaram, refletindo maior aversão ao risco dos investidores, diante do recuo nas bolsas de Nova York e da cautela local com o cenário fiscal e político.
Vale avança e Petrobras recua
No pregão, a Vale (VALE3) subiu 0,12%, acompanhando o leve movimento positivo do minério de ferro no mercado asiático. Já a Petrobras (PETR4) caiu 0,35%, pressionada pela baixa nas cotações do petróleo no mercado internacional.
Além disso, a queda da estatal refletiu a fraqueza do Brent, que voltou a se aproximar da marca de US$ 70 por barril. Analistas apontam que a volatilidade no setor deve permanecer elevada devido ao cenário global de excesso de oferta.
Desse modo, a performance das duas gigantes do índice acabou neutralizando parte da pressão negativa vinda do setor financeiro, mas não foi suficiente para sustentar a Bolsa em alta.
Bancos operam de forma mista
Entre as instituições financeiras, o desempenho foi negativo para a maioria. O Itaú (ITUB4) recuou 0,79%, o Santander (SANB11) caiu 1,27% e o Bradesco (BBDC4) perdeu 0,73%. Apenas o Banco do Brasil (BBAS3) avançou 0,14%, apoiado pela expectativa de alívio na inadimplência do crédito rural.
Ademais, o movimento reflete cautela dos investidores diante do aumento das provisões no setor, além do ambiente de juros elevados, que reduz a expectativa de crescimento do crédito.
Portanto, segundo analistas, mesmo com valuations atrativos, o setor ainda deve enfrentar volatilidade nos próximos meses, o que gera seletividade entre os investidores institucionais.
Cenário externo influencia
Lá fora, os mercados também pesaram sobre o desempenho do Ibovespa. O Dow Jones Futuro caiu 0,40%, o S&P 500 Futuro recuou 0,28% e a Nasdaq Futuro perdeu 0,26%. O tom negativo veio após uma semana de fortes altas, em que os índices renovaram máximas históricas.
Além da realização de lucros, pesou o discurso de dirigentes do Federal Reserve, que reforçaram a necessidade de cautela na condução da política monetária, mesmo após o corte recente de juros.
Por fim, com o ambiente externo mais volátil, ativos de risco em emergentes, como o Brasil, sofreram maior pressão, o que ampliou o movimento de aversão ao risco no câmbio e nos juros futuros.