
- Ibovespa oscila em torno de 145 mil pontos após Fed e Copom
- Dólar volta a R$ 5,30 e juros futuros sobem em toda a curva
- Bancos e varejo operam mistos, com BBAS3 destoando em alta
O Ibovespa abriu esta quinta-feira (18) em clima de instabilidade, pressionado pelas decisões do Federal Reserve e do Copom. O índice chegou a cair para 145.088 pontos, renovando mínimas, mas também ensaiou leves altas, refletindo a disputa entre estrangeiros e locais em meio à cautela global.
Enquanto isso, o dólar comercial voltou a oscilar perto de R$ 5,30 e os juros futuros subiram em toda a curva, mostrando que o mercado segue dividido sobre os próximos passos da política monetária. A aversão ao risco, mesmo que moderada, mantém investidores atentos a cada nova sinalização vinda de Brasília e Washington.
Fed e Copom no centro do jogo
A decisão do Fed de cortar juros em 0,25 ponto trouxe pouco alívio imediato, já que Jerome Powell reforçou que os próximos passos dependem de dados de emprego e inflação. O movimento foi visto como cauteloso e não suficiente para animar Wall Street no curto prazo.
No Brasil, o Copom reforçou a necessidade de juros altos por mais tempo, mantendo a Selic em 15%. O tom de cautela deixou claro que cortes não devem vir antes de 2026, o que pressiona setores dependentes de crédito e desestimula apostas mais agressivas em renda variável.
O resultado é um mercado em compasso de espera: sem grandes gatilhos internos, a Bolsa reage quase que exclusivamente ao fluxo externo e às expectativas sobre o diferencial de juros entre Brasil e EUA.
Quem sobe e quem cai
Entre os destaques, Vale (VALE3) oscilou e passou para o campo negativo, enquanto Petrobras (PETR3 e PETR4) também virou para queda. Os bancos tiveram comportamento misto, com Banco do Brasil (BBAS3) subindo mais de 3% na abertura, enquanto Bradesco e Santander recuavam.
No varejo, a manhã foi de indefinição: Magazine Luiza (MGLU3) operou em alta moderada, mas Americanas (AMER3) e outras redes recuaram. Entre as aéreas, Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) avançaram, aproveitando o dólar ainda controlado.
Siderúrgicas e frigoríficos também mostraram desempenho misto, refletindo tanto o humor local quanto as expectativas externas sobre demanda global e tarifas comerciais.
Humor em Nova York
Em Wall Street, o clima foi mais construtivo na abertura, mas sem euforia: Dow Jones avançava 0,01%, S&P 500 +0,41% e Nasdaq +0,80%. A leitura é de que o corte do Fed foi mais um seguro contra riscos do que um estímulo real à economia.
Para os analistas, a volatilidade tende a se manter até que os próximos dados de emprego e inflação nos EUA confirmem a trajetória dos juros. No Brasil, a manutenção da Selic reforça o prêmio da renda fixa, mas também abre espaço para volatilidade de curto prazo na Bolsa.
A disputa entre juros altos, fluxo estrangeiro e humor global segue sendo o termômetro do Ibovespa.