
- Bancos puxaram a queda do Ibovespa, com perdas acima de 1,5%.
- Dólar disparou a R$ 5,46, refletindo incertezas internas e externas.
- Investidores aguardam falas do Fed em Jackson Hole para definir próximos passos.
O Ibovespa abriu esta terça-feira (19) em queda de 1,28%, aos 135.560,95 pontos, refletindo a cautela generalizada no mercado financeiro. A aversão ao risco ganhou força diante da alta do dólar e do movimento negativo dos principais bancos.
Apesar do recuo do índice, alguns papéis conseguiram resistir. Vale (VALE3) avançou 0,30%, apoiada em dados positivos do minério, mas Petrobras (PETR4) perdeu 0,56%, acompanhando a volatilidade do petróleo no cenário internacional.
Bancos em forte pressão
Entre os grandes bancos, a sessão foi de perdas expressivas. Itaú (ITUB4) recuou 1,55%, Santander (SANB11) caiu 1,72%, Banco do Brasil (BBAS3) perdeu 1,66% e Bradesco (BBDC4) recuou 1,83%. Esse movimento pressionou fortemente o índice, já que o setor financeiro tem peso relevante na composição da bolsa.
Além disso, os investidores mostraram preocupação com a elevação das provisões para perdas de crédito, em especial no setor do agronegócio. A percepção de risco fiscal também reforçou a realização de lucros em ações ligadas ao setor bancário.
Diante desse quadro, o mercado segue atento às próximas sinalizações da política econômica, que poderão definir o ritmo de recuperação do segmento.
Dólar em disparada e juros instáveis
Enquanto a bolsa recuava, o dólar à vista subiu 0,52%, sendo negociado a R$ 5,46. O movimento reflete tanto as incertezas geopolíticas quanto a expectativa em torno do simpósio de Jackson Hole, nos Estados Unidos.
Além disso, a tensão comercial entre Brasil e EUA voltou a pesar, aumentando a pressão sobre o câmbio. Com isso, investidores buscaram proteção na moeda norte-americana, ampliando a volatilidade.
Nos juros futuros (DIs), o comportamento foi misto. Parte do mercado já precifica cortes mais lentos da Selic, embora uma fração dos investidores ainda aposte em flexibilizações mais fortes no médio prazo.
Cenário internacional influencia
No exterior, o clima também não ajudou. O Dow Jones Futuro avançou 0,19%, mas o S&P500 recuou 0,09% e a Nasdaq perdeu 0,21%, refletindo a cautela com balanços e política monetária.
Investidores globais aguardam as falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em Jackson Hole, que poderão ditar o ritmo da economia mundial nos próximos meses.
Portanto, embora parte dos índices mantenha estabilidade, a percepção de risco global continua elevada, reforçando a tendência de aversão a ativos emergentes.