Ânimo frágil

Abertura: Um sinal lá fora virou o humor e deixou a Bolsa em compasso de espera

Com dados mistos e cautela global, o Ibovespa escorrega, dólar recua e juros ficam sem direção enquanto blue chips divergem.

Apoio

Abertura: Um sinal lá fora virou o humor e deixou a Bolsa em compasso de espera
  • O Ibovespa cedeu levemente enquanto o dólar caiu e os DIs ficaram mistos com exterior ainda ditando o tom.
  • As apostas se mantiveram em corte de 25 pontos-base no Fed porém a China fraca exigiu prudência.
  • Blue chips divergiram com Vale em alta Petrobras estável para baixo e bancos sem direção clara.

O Ibovespa caiu 0,19%, aos 136.101,67 pontos, em um pregão de vaivém que refletiu leituras de inflação nos EUA e ruídos de crescimento na China. Além disso, o exterior manteve o investidor seletivo, mesmo com o Dow Jones futuro em alta de 0,57%, o S&P 500 em +0,12% e a Nasdaq em -0,11%.

No câmbio, o dólar recuou para R$ 5,39, acompanhando o enfraquecimento global da moeda após vendas no varejo dos EUA abaixo do esperado; já os DIs operaram mistos, em linha com a oscilação dos Treasuries curtos para baixo e longos para cima.

Bolsas lá fora e Fed no radar

O PPI mais forte de ontem ainda pesou na leitura do mercado, porém as apostas seguem ancoradas em corte de 25 pontos-base no Fed, enquanto a chance de 50 pontos praticamente sumiu.

Além disso, a desaceleração da economia chinesa em julho reforçou a expectativa de estímulos, o que limitou perdas em commodities e ajudou a calibrar o apetite por risco.

Ao mesmo tempo, investidores monitoraram o noticiário geopolítico, portanto a cautela venceu os exageros e manteve o fluxo para emergentes mais contido.

Câmbio, juros e a leitura de preços

Com o DXY em queda, o real ganhou fôlego e rompeu R$ 5,40 para baixo; assim, setores sensíveis a importação tiveram algum alívio tático.

Nos juros, a curva doméstica ficou sem direção definida porque o alívio do câmbio competiu com a reprecificação pós-PPI. Desse modo, os vértices curtos cederam levemente e os longos subiram.

Por fim, a ponta local também reagiu ao cenário de tarifas entre Brasil e EUA, que ainda adiciona prêmio de risco e mantém a atenção nas próximas comunicações oficiais.

Ações em foco: pesos pesados e bancos

Entre as blue chips, Vale (VALE3) subiu 0,15% com suporte de minério mais estável. Enquanto isso, Petrobras (PETR4) recuou 0,03% apesar da alta do petróleo, pois o investidor evitou risco no fim do dia.

Nos bancos, o quadro foi misto: Itaú (ITUB4) caiu 0,13%, Santander (SANB11) subiu 0,22%. Já o Bradesco (BBDC4) cedeu 0,37% e Banco do Brasil (BBAS3) recuou 2,22% após a temporada reforçar cautela com qualidade de crédito.

Assim, o índice perdeu tração na reta final. Portanto, a queda moderada se deve graças ao dólar mais fraco e à leitura de que o Fed segue no caminho de corte gradual.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.