Balanço 2T25

Ação dispara e Guararapes (GUAR3) mostra por que virou destaque na Bolsa

Guararapes bate consenso em 43% com margem recorde e forte avanço na vertical financeira; ações sobem 42% no ano.

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  • Guararapes lucra R$ 143 milhões, superando o consenso em 43%, com expansão de margem bruta.
  • Vertical financeira entrega EBITDA 24% maior, com melhora nos indicadores de crédito.
  • Alavancagem recua para 0,5x, e papel sobe 42% no ano, com valorização contínua.

A Guararapes (GUAR3), dona das lojas Riachuelo, divulgou o maior lucro de sua história para um segundo trimestre, superando com ampla margem as projeções do mercado. O resultado também marcou o oitavo trimestre seguido de crescimento em vendas mesmas lojas.

O lucro líquido foi de R$ 143 milhões, 2,5 vezes maior que o do segundo trimestre de 2024 e 43% acima do consenso, que projetava R$ 100 milhões. O desempenho forte nas áreas de moda e serviços financeiros ajudou a impulsionar o resultado consolidado.

EBITDA e margens também superam projeções

O EBITDA atingiu R$ 443 milhões, acima dos R$ 390 milhões esperados pelos analistas. A margem bruta subiu para 60,8%, superando a previsão de 59,9%. Segundo a companhia, a combinação entre novos produtos, gestão de preços e eficiência operacional foi decisiva.

Sendo assim, essa é a sétima vez consecutiva que a empresa expande suas margens, mesmo em um ambiente competitivo. O CEO André Farber afirmou que o crescimento foi sustentado por ganhos relevantes na vertical de vestuário e nos serviços financeiros.

Portanto, a área de moda, por exemplo, cresceu 15,8% no trimestre, com maior tíquete médio. Produtos como camisetas tecnológicas e tecidos premium geraram bom retorno, segundo a companhia. A Riachuelo também reforçou a integração entre times de moda e fábricas, o que melhorou a precificação.

Midway contribui com 24% de crescimento no EBITDA

A Midway, financeira do grupo, também teve destaque. Ela entregou um EBITDA de R$ 111 milhões, alta de 24% em relação ao mesmo período do ano passado. A inadimplência se manteve estável, enquanto a qualidade dos ativos melhorou.

Ademais, o CFO Miguel Cafruni afirmou que o índice de inadimplência nos cartões caiu de 7,6% para 6,9%. Nos empréstimos pessoais, houve queda de 12,1% para 11,1%. A empresa também elevou o colchão de provisões para perdas de R$ 80 milhões para R$ 200 milhões, reforçando sua estratégia de estabilidade.

Desse modo, segundo Cafruni, essa postura mais conservadora busca evitar oscilações bruscas. “Queremos sair dos ciclos de pico e vale. Estamos focados em manter consistência na operação financeira”, disse o executivo.

Endividamento cai e ações sobem 42% no ano

A Guararapes também reduziu sua alavancagem de 0,7x para 0,5x EBITDA. A empresa havia sinalizado no início do ano que pretendia encerrar 2025 com posição de caixa líquida. Agora, admite que pode revisar esse plano se optar por investimentos maiores.

Ainda assim, a estrutura de capital segue sólida. Mesmo com possível expansão nos investimentos, o CFO afirma que a alavancagem deve se manter abaixo de 0,5x. Além disso, o mercado interpretou o movimento como sinal de disciplina e confiança na geração de caixa.

Por fim, as ações da Guararapes acumulam alta de 42% em 2025, sendo 12% apenas nos últimos dois meses. A companhia vale atualmente R$ 4 bilhões na B3 e negocia a cerca de 10 vezes o lucro projetado para este ano.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.