
- A Latam encomendou 24 aeronaves da Embraer por US$ 2,1 bilhões, elevando backlog para possível recorde de US$ 31 bilhões.
- Itaú BBA, Bradesco BBI e JPMorgan reforçaram otimismo e mantêm recomendação de compra para EMBR3.
- Backlog consolidado pode chegar a US$ 36 bilhões, o que representa mais de cinco anos de entregas garantidas.
A Embraer (EMBR3) voltou ao centro das atenções após anunciar que a Latam firmou um pedido de 24 aeronaves E195-E2, avaliado em US$ 2,1 bilhões. O contrato, segundo analistas, pode impulsionar a carteira de encomendas para US$ 31 bilhões já no terceiro trimestre de 2025.
O mercado reagiu de forma positiva, em linha com a valorização de 53% das ações em 2025. Os principais bancos, como Itaú BBA, Bradesco BBI e JPMorgan, destacaram que a encomenda reforça a competitividade da Embraer frente a Boeing e Airbus, consolidando um ciclo de crescimento consistente.
Pedido da Latam e impacto imediato
O Itaú BBA ressaltou que a Latam já opera Boeing e Airbus, o que torna ainda mais relevante a escolha pelo modelo da Embraer. Para o banco, a encomenda fortalece o posicionamento estratégico da fabricante e amplia o potencial de valorização das ações. Já o Bradesco BBI observou que o contrato representa um acréscimo de 7% na carteira, reduzindo a necessidade de concessão de descontos e permitindo margens mais saudáveis.
Além disso, o chamado book-to-bill saltou para 2,4 vezes em 2025, contra 1,6 vez em 2024. Esse avanço indica que a Embraer está vendendo mais do que entregando, o que sustenta o crescimento do backlog. Com isso, analistas reforçam a visão de que a ação se beneficia de um ciclo de recuperação em curso.
Nesse contexto, a encomenda não apenas eleva o backlog, mas também confirma que a estratégia comercial da empresa está funcionando. Assim, o mercado interpreta o anúncio como um divisor de águas, abrindo espaço para revisões positivas nos próximos trimestres.
Otimismo dos analistas
Os bancos seguem otimistas com a Embraer. O Bradesco BBI citou que o pedido da Latam era um dos gatilhos mais aguardados para destravar valor e reiterou recomendação de compra (outperform), com preço-alvo de US$ 68 em 2025. Já o JPMorgan calculou que o backlog pode alcançar 511 aeronaves, equivalendo a mais de cinco anos de entregas.
O JPMorgan também destacou que, mesmo considerando a aceleração para 100 entregas por ano, a Embraer segue em posição confortável. Para o banco, a carteira consolidada pode chegar a US$ 36 bilhões, sem contar as entregas do 3T25 — o que seria um marco histórico para a empresa.
Outro ponto ressaltado é que o momento atual deve impulsionar novas encomendas tanto na aviação comercial quanto na Defesa. Além disso, a gradual precificação da Eve, subsidiária de mobilidade aérea urbana, surge como outro catalisador de longo prazo.
Comparação de múltiplos e gatilhos futuros
O JPMorgan comparou os múltiplos da Embraer com os de concorrentes globais e concluiu que a ação negocia a 9,1 vezes EV/EBITDA para 2026. Esse valor está abaixo da média da Airbus (12,6x), Bombardier (10,9x) e Boeing (25,8x). Portanto, a Embraer segue descontada frente aos pares internacionais.
Nesse sentido, a relação risco-retorno ainda parece atrativa, já que a empresa combina carteira robusta, presença global em expansão e múltiplos mais baixos. Assim, mesmo após a forte valorização em 2025, há espaço para mais ganhos.
Os bancos também lembram que acordos tarifários com os EUA e novas vendas para companhias aéreas globais podem abrir oportunidades adicionais. Dessa forma, a Embraer se mantém em destaque entre as principais recomendações de compra no setor.