Na bronca

Ações da Netflix (NFLX34) continuam em queda livre após "efeito Brasil" devastarem empresa

A empresa de streaming atribuiu o resultado fraco a disputa tributária com autoridades brasileiras, que gerou despesa extra de US$ 619 milhões no balanço do trimestre.

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Foto/Reproduçao: Interface Netflix
Foto/Reproduçao: Interface Netflix
  • Netflix registra despesa de US$ 619 milhões com disputa tributária no Brasil.
  • Lucro líquido de US$ 2,5 bilhões ficou abaixo das projeções do mercado.
  • Ações caem 8% na Nasdaq, com investidores preocupados com exposição fiscal.

A Netflix (NFLX34) viu suas ações despencarem 8% nesta quarta-feira (22) na Nasdaq, após divulgar um lucro líquido abaixo das expectativas no terceiro trimestre. A empresa afirmou que o principal motivo foi uma disputa tributária no Brasil. Ela gerou uma despesa extraordinária de US$ 619 milhões, equivalente a R$ 3,3 bilhões.

Nesse sentido, a companhia afirmou que, sem o impacto brasileiro, teria superado sua previsão de margem operacional. A notícia aumentou o desconforto entre investidores e pressionou as ações.

Disputa tributária e impacto no lucro

De acordo com a Netflix, as despesas tributárias inesperadas estão relacionadas a um processo em andamento com autoridades brasileiras iniciado em 2022 e ainda sem desfecho. A empresa destacou que cerca de 20% do impacto está ligado a 2025, enquanto o restante se refere ao período entre 2022 e 2024.

Assim, a despesa reduziu em mais de cinco pontos percentuais a margem operacional, que ficou em 28%, abaixo da estimativa anterior de 31,5%. Em carta aos acionistas, a Netflix afirmou não esperar efeitos materiais nos próximos resultados, mas o episódio reacendeu preocupações sobre a exposição fiscal da companhia em mercados emergentes.

Em nota à imprensa, a empresa reforçou que “sem o custo adicional no Brasil, o resultado teria superado as metas internas de rentabilidade”. A Netflix não comentou publicamente os detalhes do litígio.

Mercado reage e analistas ajustam projeções

O lucro líquido somou US$ 2,5 bilhões (R$ 13,4 bilhões) entre julho e setembro, abaixo dos US$ 3 bilhões esperados pelo mercado, conforme levantamento da Reuters. Além disso, o lucro por ação ficou em US$ 5,87, frente à estimativa de US$ 6,97, segundo dados da LSEG.

As ações da empresa caíram mais de 6% no after market. Nesta quarta, registraram nova forte baixa de 8%, cotadas a US$ 1.133,66. Ademais, apesar da reação negativa, o lucro ainda representou alta de 8% em relação ao mesmo trimestre de 2024, sinalizando crescimento operacional contínuo.

Por fim, para o quarto trimestre, a empresa projeta receita de US$ 11,96 bilhões. O lucro por ação deve ser de US$ 5,45, um centavo acima da previsão de analistas. A companhia, que parou de divulgar o número de assinantes no início do ano, mantém uma base global de mais de 300 milhões de usuários.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.