
- Ações da Tesla subiram 5% nesta sexta-feira (6) após rumores de trégua entre Elon Musk e Donald Trump.
- Recuperação parcial veio após queda de 14% no dia anterior, que apagou US$ 150 bilhões do valor de mercado da empresa.
- Mercado segue cauteloso, já que a disputa política e o cenário eleitoral americano continuam influenciando os rumos da montadora.
Após uma queda bilionária que alarmou investidores, as ações da Tesla ensaiaram recuperação nesta sexta-feira (6), após sinais de trégua entre Elon Musk e o presidente Donald Trump. A crise pública entre os dois provocou forte instabilidade, mas o clima mais ameno nos bastidores parece ter devolvido parte da confiança ao mercado.
Na véspera, os papéis da montadora haviam recuado 14%, refletindo preocupações sobre os impactos políticos da disputa. Hoje, no entanto, a valorização foi de cerca de 5%, com as ações encerrando o dia a US$ 300,25. Embora o prejuízo ainda não tenha sido totalmente revertido, analistas enxergam a reação como um sinal de resiliência.
Reação do mercado e possível trégua
A recuperação parcial das ações se deu em meio a notícias de bastidores sobre uma possível conversa entre Trump e Musk. De acordo com o site Politico, os dois estariam considerando uma ligação para amenizar os ânimos após o confronto público que gerou grande repercussão nos mercados.
Ainda que a Casa Branca tenha negado oficialmente que essa conversa esteja agendada, o rumor já foi suficiente para acalmar parte dos investidores. Além disso, o bom desempenho geral da bolsa americana, impulsionado por um relatório positivo de empregos divulgado nesta sexta-feira, contribuiu para o otimismo.
Segundo a Reuters, os investidores enxergam qualquer distensão entre Musk e Trump como essencial para manter a estabilidade institucional da Tesla. A empresa é uma das principais beneficiárias de políticas federais para energias renováveis e veículos elétricos, o que torna sua relação com o poder político especialmente estratégica.
Perdas acumuladas e preocupações futuras
Apesar do alívio momentâneo, a Tesla ainda acumula queda superior a 21% em 2025. A tensão política foi apenas um dos elementos de pressão sobre a companhia, que já vinha enfrentando desafios no mercado global de veículos elétricos. A concorrência crescente, especialmente da China, e o ritmo de adoção mais lento nos EUA têm impactado diretamente os resultados da empresa.
Além disso, analistas alertam que a volatilidade associada a declarações de Musk — muitas vezes impulsivas ou politizadas — aumenta o risco para investidores. A recente troca de farpas com Trump é vista como um exemplo desse comportamento imprevisível, que pode afetar contratos, subsídios e até a imagem institucional da marca.
Segundo reportagem da CBS News, o impacto da disputa foi sentido em todo o setor de tecnologia, com empresas do mesmo segmento também registrando variações em seus papéis na esteira do conflito.
Contexto político-eleitoral influencia cenário
A relação entre Musk e Trump, que já foi de proximidade, tornou-se tensa nos últimos meses. O CEO da Tesla tem feito críticas à atual postura do ex-presidente em temas como liberdade de expressão e regulamentação tecnológica. Trump, por sua vez, teria pressionado Musk a apoiar sua candidatura abertamente, o que não ocorreu.
Com a proximidade das eleições presidenciais nos EUA, em novembro, o ambiente político tende a se tornar ainda mais sensível. Para empresas como a Tesla, que dependem de incentivos públicos e possuem forte exposição na mídia, o risco de interferência política cresce consideravelmente.
Nos bastidores, aliados de ambos os lados indicam que há interesse mútuo em amenizar o conflito. Uma possível reaproximação pode ser decisiva para o futuro da Tesla no mercado americano, principalmente diante da incerteza quanto ao resultado eleitoral e suas consequências regulatórias.