
- WEGE3 sobe 9,57% em outubro, revertendo parte das perdas de 2025.
- Aquisição da Tupinambá Energia reforça estratégia digital, mas tem impacto financeiro limitado.
- Genial mantém postura cautelosa, avaliando que a alta recente pode ser temporária.
As ações da WEG (WEGE3) voltaram ao radar do mercado com forte valorização em outubro, após semanas de pressão sobre o papel. De acordo com relatório da Genial Investimentos, o movimento de alta, embora relevante, não tem base fundamental sólida no curto prazo.
Até o meio-dia desta segunda-feira (20), os papéis acumulavam alta de 9,57% no mês, revertendo parte das perdas de 23% no acumulado do ano. O rali foi impulsionado pela notícia da compra do controle da Tupinambá Energia, plataforma voltada à recarga de veículos elétricos.
Aquisição reforça aposta em mobilidade elétrica
A WEG anunciou recentemente a aquisição da Tupinambá Energia, uma das principais plataformas de carregamento para veículos elétricos no Brasil. O sistema conta com mais de 370 mil usuários e 1,3 milhão de recargas realizadas, o que amplia a presença digital da companhia no setor de energia limpa.
Segundo o relatório da Genial, a compra reforça a estratégia de diversificação tecnológica da WEG, conectando a produção de hardware, como motores e equipamentos elétricos, com uma nova camada de software e dados de consumo. Assim, o movimento alinha a empresa à tendência global de integração entre manufatura e soluções digitais.
No entanto, os analistas ressaltam que o impacto financeiro direto da transação é pequeno diante da escala da companhia, e não deve alterar de forma relevante suas projeções de lucro ou margens.
Alta recente levanta dúvidas entre analistas
Mesmo com o reforço estratégico, a Genial vê a alta das ações como exagerada e possivelmente especulativa.
O relatório afirma que o mercado pode estar precificando expectativas elevadas sobre o avanço da WEG no segmento de mobilidade elétrica, sem considerar os riscos de execução e o tamanho reduzido do negócio adquirido.
Além disso, os analistas destacam ainda que a empresa segue enfrentando pressões de margens e que a recuperação industrial global permanece lenta, o que limita a expansão de receitas em 2025.
Por isso, a recomendação da Genial continua neutra, com viés de curto prazo para realização de lucros.
Contexto de longo prazo segue favorável
Apesar da cautela, o relatório reforça que a WEG mantém fundamentos sólidos, com baixo endividamento, fluxo de caixa positivo e forte presença internacional.
Ademais, a empresa segue como uma das principais apostas do setor industrial brasileiro, especialmente pela capacidade de inovação e disciplina financeira.
A Genial conclui que, no médio e longo prazo, a companhia deve continuar bem posicionada para capturar oportunidades na transição energética global, mas recomenda prudência aos investidores que buscam entrada imediata após a recente disparada das ações.