Ações do Fleury (FLRY3) disparam com rumor de fusão com Rede D’Or

• Papéis do Fleury (FLRY3) saltam 13,78% com rumores de fusão com a Rede D’Or.
• Banco avalia que integração ampliaria capilaridade e eficiência operacional.
• Empresa diz não haver decisão ou proposta formal em andamento.

As ações do Grupo Fleury (FLRY3) registraram forte alta nesta segunda-feira (21), impulsionadas por rumores de uma possível fusão com a Rede D’Or. Às 13h41, os papéis saltavam 13,78%, refletindo a repercussão do tema no mercado após nota publicada pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo.

Embora a Rede D’Or tenha negado qualquer tratativa formal com o Fleury, analistas apontam que a combinação entre as duas empresas faria sentido estratégico, especialmente pela complementaridade de atuação e potencial de sinergias operacionais.

Mercado reage a especulações de fusão

O movimento expressivo nas ações ocorreu após a publicação de Lauro Jardim, que afirmou que Rede D’Or e Fleury estariam avaliando uma possível união. A especulação rapidamente repercutiu entre investidores e elevou o volume negociado com os papéis do grupo de medicina diagnóstica.

Em resposta à matéria, a Rede D’Or divulgou comunicado ao mercado negando qualquer decisão, proposta ou assinatura de documentos envolvendo o Grupo Fleury. Apesar disso, o mercado não descartou a possibilidade futura de conversas, uma vez que as empresas atuam em áreas complementares no setor de saúde.

A forte valorização dos papéis reflete tanto o efeito do rumor como a percepção de que a fusão poderia gerar valor. Investidores interpretaram o silêncio do Fleury e o tom genérico do comunicado da Rede D’Or como sinais de que uma negociação pode ainda estar nos bastidores.

Mesmo sem confirmação, a possibilidade de consolidação no setor de saúde costuma ser bem recebida pelo mercado, principalmente em um momento em que operadoras e prestadores buscam reduzir custos e ampliar margens por meio de ganho de escala.

BTG enxerga lógica estratégica e sinergias

O BTG Pactual, em relatório enviado a clientes, avaliou que uma eventual união entre as duas empresas “faria sentido estratégico”. Segundo o banco, o Fleury agregaria uma ampla rede de serviços diagnósticos ao ecossistema hospitalar da Rede D’Or, o que fortaleceria a proposta de valor integrada em saúde.

A capilaridade do Fleury em análises clínicas e exames de imagem ampliaria a captura e a fidelização de pacientes, melhorando o aproveitamento das estruturas hospitalares da Rede D’Or. Além disso, a integração poderia gerar sinergias operacionais, como a centralização de compras, tecnologia e logística.

O banco também destacou que o setor de saúde suplementar tem enfrentado pressão sobre custos e margens. Por isso, movimentos de consolidação são uma resposta natural ao ambiente desafiador, permitindo ganho de escala e maior eficiência.

Outro fator considerado é o histórico de aquisições de ambas as empresas. Tanto o Fleury quanto a Rede D’Or têm realizado movimentos agressivos nos últimos anos, o que aumenta a probabilidade de uma aproximação nesse sentido, ainda que em fases iniciais.

Cautela permanece, mas mercado seguirá atento

Apesar do entusiasmo inicial, analistas e investidores mantêm certa cautela. A ausência de confirmações concretas e o posicionamento formal da Rede D’Or sugerem que, por ora, não há avanço prático na negociação. Contudo, a lógica de mercado favorece esse tipo de movimentação no médio prazo.

Se confirmada, uma fusão entre Rede D’Or e Fleury alteraria significativamente o mapa do setor de saúde no Brasil, criando um player ainda mais verticalizado, com atuação do atendimento primário ao diagnóstico e à internação de alta complexidade.

Além disso, uma possível transação dessa magnitude exigiria aprovação de órgãos reguladores, como o Cade, o que pode adicionar complexidade à operação. No entanto, analistas acreditam que eventuais restrições poderiam ser contornadas com ajustes estruturais.

Enquanto isso, o mercado deve seguir atento a novos sinais ou comunicados das empresas. Com a forte movimentação no pregão de hoje, os investidores já precificam parte do potencial da operação, mesmo sem garantia de que ela se concretize.