
- Empresário apresentou proposta para adquirir o controle da petroquímica via fundo de investimentos
- CMA quer 100% da Santos Brasil; Mubadala avalia tirar Zamp da Bolsa com preço entre R$ 3,30 e R$ 3,50
- FPSO Alexandre de Gusmão começa a operar dois meses antes do planejado, fortalecendo o desempenho da estatal
A semana começa com um verdadeiro terremoto no mercado de capitais brasileiro. Nelson Tanure, conhecido por investir em empresas em momentos estratégicos, apresentou uma proposta para assumir o controle da Braskem (BRKM5), movimentando os papéis da petroquímica e atraindo os holofotes de investidores.
A investida ocorre enquanto o fundo Mubadala avalia uma oferta pública para fechar o capital da Zamp (ZAMP3), dona do Burger King no Brasil. E, ainda, a controladora da Santos Brasil (STBP3) protocolou uma OPA para comprar até 100% das ações da companhia, num pacote de transações que pode redesenhar o mapa corporativo nacional.
A proposta de Tanure foi feita por meio de um fundo de investimentos sob seu controle e entregue à Novonor, atual controladora da Braskem. Segundo comunicado divulgado na noite da última sexta-feira, a proposta é não vinculante e ainda depende de avaliação e negociação. A Braskem informou que solicitou esclarecimentos formais à Novonor após os rumores ganharem força na imprensa especializada.
Outras movimentações
Outro movimento relevante veio da CMA Terminals Atlantic, controladora da Santos Brasil, que entrou com pedido de registro na CVM para realizar uma OPA com o objetivo de adquirir até 100% das ações da empresa.
O preço ofertado é de R$ 13,60 por ação, o mesmo valor pago no processo de aquisição do controle da operadora portuária. A operação sinaliza, no entanto, uma tentativa clara de fechar o capital da companhia ou ao menos ampliar de forma significativa o poder da controladora. Ainda, num momento de intensa movimentação logística no país.
No setor de alimentação e franquias, a Zamp (ZAMP3) confirmou que o fundo Mubadala Capital, seu acionista controlador, avalia uma oferta pública de aquisição com objetivo de fechamento de capital. A faixa de preço estimada está entre R$ 3,30 e R$ 3,50 por ação, valor ainda sujeito à confirmação de laudo técnico independente.
A estratégia, portanto, marca um novo capítulo na trajetória da empresa, que enfrenta desafios operacionais. E, assim, busca reestruturação após mudanças no mercado de food service.
Enquanto isso, a Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou um feito operacional: o FPSO Alexandre de Gusmão entrou em produção no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos, dois meses antes do previsto no plano de negócios. A antecipação, portanto, reforça o ritmo de entregas da estatal e pode influenciar positivamente seus resultados no curto prazo.
A Motiva (MOTV3) aprovou uma nova emissão de debêntures no valor de R$ 1,32 bilhão, com 1.320.000 títulos de R$ 1.000 cada. O recurso visa reforçar o caixa e financiar operações da companhia.
Demaos movimentos
Já o Grupo Carrefour Brasil (CRFB3) comunicou que a matriz francesa deve aprovar o pagamento de 0,92 euro por ação (cerca de R$ 5,90) em dividendos na assembleia marcada para 28 de maio de 2025. O anúncio se alinha, portanto, à reorganização societária que unificará as bases acionárias do grupo no Brasil e na França.
Por fim, a Azul (AZUL4) negou, em resposta à CVM, qualquer formalização de financiamento de US$ 600 milhões com credores. Segundo a empresa, não há deliberação formal sobre o tema, apesar de especulações na mídia sobre novas rodadas de reestruturação financeira.