Vendas programadas

Ações voam, mas fundador da Nvidia toma decisão inesperada nos bastidores

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NVIDIA GDI
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  • Jensen Huang vendeu 75 mil ações por US$ 12,94 milhões, como parte de um plano para se desfazer de 6 milhões de papéis até 2025.
  • Movimento ocorre após a Nvidia atingir US$ 4 trilhões em valor de mercado, impulsionada pela liderança em IA.
  • Ações mantêm desempenho sólido, com vendas sem efeito negativo por seguirem cronograma previsto.

Jensen Huang, CEO da Nvidia, vendeu na última sexta-feira (18) mais 75 mil ações da fabricante de chips, em transações que somaram US$ 12,94 milhões, conforme documentos apresentados à SEC (Securities and Exchange Commission). Nesse sentido, a movimentação ocorre poucos dias após outras vendas de grande porte por parte do executivo.

Além disso, no início da semana passada, Huang já havia vendido 225 mil ações, totalizando US$ 37,5 milhões. Desse modo, ambas as operações fazem parte de um plano previamente divulgado, no qual o CEO se comprometeu a vender 6 milhões de papéis até o final de 2025.

Vendas seguem plano programado

Desde o início de junho, Jensen Huang já se desfez de mais de 1,4 milhão de ações da Nvidia. Apesar do volume expressivo, o mercado não se surpreendeu com as vendas, já que os executivos as realizaram por meio de um 10b5-1 plan, mecanismo que permite vender ações em datas predefinidas, independentemente do preço ou do momento de mercado.

Essa estratégia visa evitar conflitos de interesse ou acusações de uso de informação privilegiada. Portanto, mesmo com o tamanho das transações, os investidores não enxergam os movimentos como sinais negativos sobre a saúde da empresa.

A Nvidia confirmou anteriormente que as operações fazem parte da política de diversificação patrimonial de seu CEO. Ainda assim, analistas e acionistas acompanham de perto a magnitude dos valores envolvidos, que chama atenção.

Contexto: US$ 4 trilhões e domínio em IA

As vendas ocorrem em meio ao maior pico de valorização da história da Nvidia. Em junho, a fabricante de chips se tornou a primeira empresa do mundo a superar US$ 4 trilhões em valor de mercado, ultrapassando Apple e Microsoft brevemente na capitalização total.

A demanda explosiva por chips de inteligência artificial, especialmente os modelos H100 e GB200, usados em data centers e na construção de grandes modelos de IA generativa, impulsionou esse marco histórico. A Nvidia domina esse segmento com folga, o que fez suas ações dispararem mais de 200% nos últimos 12 meses.

Mesmo com a realização parcial de lucros por parte do CEO, o papel segue entre os mais procurados por investidores institucionais. Muitos gestores veem a empresa como o “backbone” da nova era da computação e um ativo essencial nas carteiras voltadas à tecnologia.

Impacto no mercado é limitado

Embora o volume das vendas pessoais de Huang seja alto, o impacto sobre o preço das ações da Nvidia tem sido limitado. Como as transações são comunicadas com antecedência e feitas em tranches programadas, o mercado já absorve os efeitos de forma gradual, sem provocar grandes oscilações.

Além disso, o desempenho operacional da Nvidia tem sustentado o interesse dos investidores. A empresa segue com forte crescimento de receita, margens robustas e perspectivas de longo prazo promissoras, especialmente com os avanços em IA, automação e computação em nuvem.

Analistas observam que, mesmo após múltiplas rodadas de valorização, a tese de crescimento da empresa permanece intacta. O CEO continua à frente das decisões estratégicas e ainda detém uma participação significativa na companhia, o que mantém o alinhamento de interesses com os acionistas.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.