
- ADRs da Embraer sobem 0,34%, cotados a US$ 47,77, com investidores reagindo positivamente.
- Governo brasileiro e EUA retomam diálogo, com tom mais otimista e foco em trégua tarifária.
- Embraer é a empresa mais afetada pelas tarifas de 50% e pode se valorizar fortemente com um possível acordo.
As ações da Embraer iniciaram o dia em alta nos Estados Unidos. Os ADRs da companhia, recibos de ações negociados na bolsa de Nova York, subiam 0,34% no pré-mercado desta sexta-feira (26), negociados a US$ 47,77.
O movimento reflete o otimismo com as conversas entre Brasil e Estados Unidos sobre um possível acordo tarifário. A expectativa do mercado é que esse avanço beneficie diretamente a fabricante brasileira de aviões.
Negociações avançam e clima melhora entre os governos
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, os dois países retomaram o diálogo com mais intensidade nos últimos dias. O vice-presidente Geraldo Alckmin confirmou que houve mudança no tom das tratativas.
“Foi a primeira vez que o diálogo saiu da lógica do perde-perde e entrou na do ganha-ganha”, afirmou. Alckmin também destacou que as negociações seguem sem judicialização, o que sinaliza uma postura mais diplomática e construtiva.
Embora os termos ainda não tenham sido revelados, analistas avaliam que a Embraer é a principal prejudicada pela tarifa de 50% imposta pelos EUA. A companhia exporta uma parcela significativa de sua produção para o mercado norte-americano, sobretudo na aviação regional.
Embraer lidera lista das mais impactadas pelas tarifas
Desde o anúncio das tarifas em julho, analistas vêm alertando sobre os efeitos negativos nas exportações brasileiras. O setor aeronáutico aparece entre os mais vulneráveis. A Embraer, nesse contexto, lidera a lista das empresas afetadas diretamente pela medida.
De acordo com especialistas, mais de 40% das vendas externas da Embraer têm como destino os EUA. Apesar de possuir operações fora do Brasil, a companhia não consegue realocar rapidamente toda sua produção para escapar da nova taxação.
Além disso, o aumento de custos pressiona as margens de lucro. Isso pode comprometer sua competitividade em relação a concorrentes internacionais. Por esse motivo, o mercado monitora de perto qualquer sinal de trégua tarifária.
Alta modesta, mas com grande potencial
Apesar de a valorização ser discreta nesta manhã, a reação dos ADRs indica uma leitura mais positiva sobre o cenário internacional. Investidores apostam que um eventual acordo pode aliviar pressões sobre a companhia.
O avanço das conversas ocorre a poucos dias do prazo final para decisões tarifárias mais amplas por parte dos EUA. Caso as medidas sejam suspensas ou revistas, a Embraer pode registrar forte valorização no curto prazo, segundo analistas.
Além da fabricante de aviões, outras empresas exportadoras brasileiras também seriam beneficiadas. No entanto, nenhuma delas possui uma dependência tão alta do mercado americano quanto a Embraer. Por isso, o papel da companhia funciona como um termômetro das negociações.