
A Infracommerce (IFCM3) comunicou, na última segunda-feira (30), que sua Assembleia Geral Extraordinária (AGE) aprovou o grupamento da totalidade das ações ordinárias na proporção de 20 para 1 — ou seja, 20 ações serão convertidas em uma única ação da mesma espécie, sem alteração no capital social da empresa.
A decisão surpreendeu o mercado, pois a proposta original da administração previa um grupamento de 15 para 1.
Essa alteração foi resultado de uma proposta alternativa apresentada por um acionista durante a própria AGE, que acabou sendo aprovada em substituição à sugestão oficial.
Com o novo arranjo, a empresa busca ajustar a cotação das ações a um novo patamar, o que pode facilitar negociações e atrair novos investidores — uma estratégia comum entre companhias que buscam melhorar a percepção de valor de seus papéis no mercado.
No entanto, a mudança exige atenção dos acionistas: entre os dias 1º e 30 de julho de 2025, será possível ajustar as posições acionárias em lotes múltiplos de 20 ações, por meio de negociação privada ou na B3, de forma a evitar a geração de frações que surgirão com o grupamento.
A Infracommerce ainda não esclareceu o que fará com eventuais frações resultantes — se serão leiloadas, agrupadas ou simplesmente ressarcidas em dinheiro —, o que adiciona um tom de incerteza ao processo.
Como impacta os acionistas?
- Liquidez: no curto prazo, o grupamento pode reduzir a liquidez das ações, já que o número de papéis em circulação diminui.
- Percepção de valor: apesar de ser apenas uma mudança técnica, alguns investidores podem interpretar o grupamento como sinal de fragilidade do papel, o que pode influenciar o comportamento do mercado no pós-evento.
- Rebalanceamento de carteiras: investidores com estratégias quantitativas ou com restrições de lotes mínimos devem revisar suas posições para evitar exposição desproporcional ou perda de controle sobre frações.
- Oportunidade: para alguns investidores, o grupamento pode representar uma chance de entrada, especialmente se a medida vier acompanhada de uma reestruturação operacional ou plano estratégico mais robusto por parte da companhia.