Inflação e alta do dólar

Alerta para inflação: com alta do dólar, preços no varejo serão reajustados

Com inflação em alta, o aumento dos custos de insumos e valorização do dólar impulsionam reajustes no setor.

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  • Em janeiro, o varejo deve enfrentar reajustes, devido à pressão da indústria de bens de consumo e à valorização do dólar
  • A alta do dólar impacta principalmente setores que dependem de insumos importados, como higiene e alimentos
  • Fornecedores pedem aumentos de preços que podem ser repassados ao consumidor no início de 2025, refletindo a alta do câmbio e custos elevados

O mês de janeiro deve marcar o início de uma nova alta nos preços do varejo. A indústria de bens de consumo, principal fornecedora de produtos ao setor varejista, tem intensificado a pressão para reajustes. Dessa forma, o que pode resultar em aumentos de preços para o consumidor final.

Em 2024, o valor do dólar aumentou consideravelmente, elevando os custos de insumos importados e gerando um cenário de inflação mais alta.

Embora as altas dos preços tenham sido minimizadas no final de 2024, o reajuste de preços está sendo adiado apenas pela estratégia de estoques preparados para as compras de fim de ano, especialmente as de Natal.

Bens de consumo

As negociações com fornecedores, principalmente no setor de bens de consumo, já indicavam uma possível alta, mas o repasse para o consumidor final foi postergado. No entanto, com o câmbio desfavorável e a valorização da moeda americana, o cenário de pressão inflacionária não deve demorar para se materializar.

Representantes do setor varejista mencionaram, em declarações à CNN, que não era viável segurar a pressão por reajustes no final de 2024. Já que as altas no dólar e nos custos dos insumos importados não poderiam ser ignoradas por muito tempo.

No entanto, a estratégia de antecipação de compras e a montagem de estoques ajudaram a suavizar os aumentos imediatos. Contudo, para o começo de 2025, a previsão é de que o repasse dos aumentos, seja total ou parcialmente, seja inevitável.

O principal fator que explica essa pressão é a desvalorização do real em relação ao dólar. Em 2024, a moeda americana fechou o ano cotada a R$ 6,18. Assim, acumulando uma alta de 27% ao longo do ano, sendo que metade deste aumento aconteceu apenas no último trimestre.

Isso afetou diretamente o custo dos insumos importados, principalmente aqueles utilizados nos setores de alimentos, higiene e limpeza, eletrodomésticos, entre outros.

As negociações

De acordo com fontes do setor, as negociações entre fornecedores e varejistas indicam uma média de reajuste de 8% a 10%, com o aumento sendo repassado ao consumidor final.

O setor de higiene e limpeza é um dos mais impactados pela alta do dólar, pois utiliza componentes químicos derivados do petróleo. No entanto, cujos preços são cotados em dólares.

Além disso, a depreciação do real tornou o mercado externo mais atrativo para empresas do setor agroindustrial. O que também gerou uma pressão adicional sobre os preços internos.

Além disso, outros setores exportadores, como os de soja, milho e carne bovina, também estão enfrentando pedidos de reajustes. Uma vez que os custos de produção aumentaram devido ao câmbio desfavorável.

A valorização do dólar tornou as exportações mais lucrativas, mas, ao mesmo tempo, elevou os preços internos. Dessa forma, prejudicando o consumidor brasileiro.

Com isso, a expectativa é de que, em 2025, o Brasil enfrente uma nova fase de alta nos preços, com um impacto significativo no orçamento das famílias.

A pressão inflacionária pode afetar especialmente itens essenciais, como alimentos e produtos de higiene e limpeza, consumidos diariamente pelas famílias brasileiras.