
- Ibovespa futuro abriu em queda após fechamento negativo de -0,69% no pregão anterior.
- S&P 500 e Nasdaq também recuam, mesmo com inflação PCE em linha nos EUA.
- Dólar sobe para R$ 5,62 com temor de Selic prolongada e efeitos do tarifaço de Trump.
O mercado brasileiro amanheceu nesta sexta-feira (1º) em compasso de cautela. O Ibovespa futuro abriu em queda de -0,24%, aos 133.020 pontos, refletindo o receio de que a Selic permaneça em 15% por mais tempo e o impacto contínuo das tarifas de importação impostas por Donald Trump, que ainda penalizam produtos não isentos.
No pregão anterior, o Ibovespa já havia recuado -0,69%, movimento que agora se estende também ao exterior, onde os principais índices futuros operam no vermelho.
Clima de espera nos EUA pressiona mercados
Nos Estados Unidos, os investidores adotam postura defensiva. Embora os dados do PCE, índice preferido do Fed para medir a inflação, tenham vindo em linha com o esperado, o mercado segue pressionado.
O S&P 500 Futuro recua -0,94%, enquanto o Nasdaq 100 Futuro cai -1,06%, ambos à espera do relatório Payroll, que será divulgado ainda nesta sexta. O dado deve fornecer novos sinais sobre o mercado de trabalho americano e, por consequência, sobre a trajetória dos juros por lá.
O temor de novas escaladas tarifárias também segue no radar, já que Trump sinalizou que poderá ampliar a lista de produtos taxados, o que gera incertezas para exportadores e investidores globais.
Selic alta por mais tempo trava apetite por risco
No Brasil, além das tarifas, outro fator que segue no radar dos investidores é a expectativa de juros altos por um período prolongado. O último comunicado do Copom manteve a taxa básica em 15%, frustrando parte do mercado que ainda apostava em algum sinal de alívio para 2025.
Esse cenário trava a atratividade da renda variável e aumenta a preferência por ativos mais seguros, o que contribui para a pressão negativa sobre a Bolsa.
Além disso, o clima fiscal segue tenso, com o governo enfrentando desafios para cumprir metas de arrecadação, enquanto os gastos seguem em trajetória ascendente. O aumento da dívida bruta e o déficit das estatais, divulgados ontem, somam mais combustível à cautela.
Dólar sobe e fortalece aversão ao risco
Com o cenário global incerto e a percepção de risco local elevada, o dólar comercial abriu em alta de 0,34%, cotado a R$ 5,62. Assim, a valorização da moeda americana reflete tanto o fluxo de saída quanto a busca por proteção.
Além disso, a combinação de política monetária rígida, crise tarifária e instabilidade fiscal cria um ambiente mais desafiador para o investidor.
Por fim. muitos aguardam não apenas os dados do Payroll, mas também novos posicionamentos dos bancos centrais e da campanha eleitoral nos EUA.