Subindo novamente

Alta do bitcoin reacende corrida por risco e pode mexer com ações da B3

Expectativa de cortes do Fed impulsiona criptomoedas e abre espaço para impacto em empresas ligadas ao setor na bolsa brasileira.

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Bitcoin BTC Cripto
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  • A valorização do bitcoin reforça o apetite por risco e pode atrair fluxo para setores da B3 ligados à tecnologia e finanças
  • ETFs e companhias expostas a criptoativos no Brasil podem ganhar tração se o movimento se consolidar
  • O efeito mais duradouro dependerá da capacidade das empresas em transformar interesse de mercado em resultados operacionais

O bitcoin voltou a subir nesta terça-feira (2), negociado acima de US$ 110 mil, após semanas de forte correção desde o recorde em agosto. A recuperação da maior criptomoeda acontece em meio à expectativa de que o Federal Reserve retome cortes de juros já em setembro, reacendendo o apetite por ativos de risco.

Esse movimento não fica restrito ao universo digital. Analistas apontam que o rali das criptomoedas pode mexer com empresas listadas na B3 que oferecem exposição direta ou indireta ao setor, além de influenciar o humor dos investidores em tecnologia e finanças.

Cripto como termômetro de risco

A alta do bitcoin funciona como sinal de que parte dos investidores voltou a buscar posições mais ousadas. O alívio em relação à política monetária dos EUA reduz o custo de oportunidade e fortalece ativos de risco em geral. Isso pode se refletir em setores da bolsa mais sensíveis a juros, como tecnologia e varejo digital.

No Brasil, companhias ligadas ao mercado de criptoativos, como a própria plataforma do Itaú e fundos listados que oferecem exposição ao bitcoin, tendem a ganhar tração diante do interesse renovado. O mesmo vale para fintechs e empresas que se posicionam como alternativas de investimento inovador.

Esse ambiente também pode favorecer uma rotação de carteiras, já que parte do capital migra de ativos defensivos para aqueles com maior potencial de retorno em cenário de liquidez mais favorável.

Empresas e ETFs no radar

Além de fundos globais que espelham o bitcoin, investidores locais buscam alternativas na B3. ETFs atrelados ao ativo digital, como BITH11 e QBTC11, voltam a aparecer entre os mais monitorados do mês. A valorização direta do bitcoin tende a se refletir no desempenho desses instrumentos.

Companhias expostas ao ecossistema de cripto, mesmo que de forma parcial, também entram no radar. O Itaú Asset, por exemplo, anunciou recentemente a criação de uma área dedicada a produtos digitais, e a valorização do mercado amplia a pressão por resultados consistentes nesse segmento.

Outro reflexo aparece no setor de pagamentos, onde empresas que oferecem soluções com integração a criptoativos podem ganhar espaço competitivo. Esse efeito é mais forte quando há percepção de que a adoção institucional está crescendo.

O que pode mudar no mercado

Se a alta do bitcoin se sustentar, o movimento pode acelerar a entrada de capital estrangeiro em ativos brasileiros relacionados ao setor. Isso acontece porque investidores globais tendem a buscar mercados emergentes em ciclos de maior liquidez, e o Brasil aparece como alternativa relevante.

Por outro lado, o efeito não é linear. O setor corporativo precisa provar capacidade de capturar essa tendência em resultados operacionais. Caso contrário, a valorização das criptomoedas ficará restrita ao ambiente especulativo e terá pouco impacto nas ações listadas.

Ainda assim, a expectativa de cortes do Fed coloca ativos digitais e empresas ligadas à inovação em posição de destaque, abrindo espaço para reavaliação de preços na bolsa local.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.