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Ambipar (AMBP3) derrete mais 30% e perdas já superam 92% em um mês

Ex-CFO se reúne com a CVM enquanto empresa prepara pedido de recuperação judicial e mercado teme colapso financeiro.

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  • Ambipar (AMBP3) acumula queda de 92% e avalia recuperação judicial
  • Ex-CFO se reuniu com a CVM em meio à escalada da crise
  • S&P rebaixou rating da empresa para “D”, sinal de default

As ações da Ambipar (AMBP3) desabaram mais de 30% nesta segunda-feira (6), após nota de esclarecimento enviada à Justiça e novas informações sobre a crise. Com a queda, os papéis recuaram para R$ 0,97, acumulando perdas de 92% em apenas um mês.

A derrocada ocorre em meio a dúvidas sobre a real situação do caixa da companhia, rumores de recuperação judicial e pressão crescente de credores. O cenário acendeu um alerta vermelho no mercado.

Escalada da crise

Segundo a empresa, a Justiça precisa manter a decisão que impede credores de inviabilizar suas operações até a formalização do pedido de recuperação. A companhia reforçou confiança na preservação de contratos, empregos e atividades ambientais.

No entanto, o mercado recebeu mal as explicações. A instabilidade aumentou depois da revelação de que o ex-CFO João Daniel Pirran de Arruda se reuniu com a CVM, acompanhado por escritórios de advocacia de peso, ligados a casos Americanas (AMER3) e Braskem (BRKM5).

A informação elevou a percepção de risco e derrubou ainda mais as ações. Desse modo, investidores passaram a enxergar um caminho mais difícil para a reestruturação financeira da companhia.

Caixa sob questionamento

A crise ganhou força após mudanças em um contrato de US$ 35 milhões com o Deutsche Bank, que teriam desbalanceado as contas. Além disso, a dúvida sobre o paradeiro de R$ 4,7 bilhões declarados em caixa intensificou a desconfiança, já que só foram encontrados cerca de R$ 430 milhões.

Credores pressionam por respostas sobre a utilização de recursos, e parte desse valor estaria vinculada a um FIDC com suspeitas de irregularidades. Além disso, o veículo teria indícios de conflito de interesses, com empresas relacionadas atuando em ambas as pontas das operações.

Portanto, cresce o temor de que o caixa real da Ambipar seja muito inferior ao reportado, dificultando o pagamento das dívidas.

Rebaixamento do rating

A gravidade da situação levou a agência S&P Global Ratings a rebaixar o rating de crédito da companhia para “D” (default), sinalizando risco máximo de inadimplência. O corte ocorreu tanto no nível global quanto em emissões específicas.

Ademais, a reclassificação representou um duro golpe à confiança de investidores e credores. Em paralelo, a Ambipar estuda um pedido de recuperação judicial no Brasil e nos EUA, já que parte relevante de suas dívidas está no exterior.

Por fim, com a confiança abalada, a empresa enfrenta dificuldades crescentes para sustentar sua liquidez e preservar contratos estratégicos.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.