Novo ciclo

Americanas troca CEO, corta dívida bilionária e diz que crise já acabou

Com R$ 42 bilhões de dívida reduzidos para R$ 1,8 bi, empresa promete nova fase e aposta em operações e marketing.

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  • Americanas troca CEO e aposta em Fernando Soares para liderar nova fase.
  • Dívida caiu de R$ 42 bilhões para R$ 1,8 bilhão após reestruturação.
  • Empresa agora foca em operações, fidelidade e inovação para crescer.

A Americanas anunciou nesta segunda-feira (25) uma nova mudança no comando. Fernando Soares, atual COO da companhia, será o novo CEO a partir de outubro, substituindo Leonardo Coelho. A decisão marca a transição da empresa para um novo momento, após a conclusão da maior parte do processo de reestruturação.

Coelho, que assumiu em 2023 em meio ao escândalo contábil e à recuperação judicial, afirmou que sua missão de estabilizar a operação foi cumprida. Ele permanecerá no conselho, participando do comitê financeiro, enquanto Soares passa a liderar a fase de crescimento e inovação.

Fim da fase de crise

Segundo Coelho, mais de 95% da reestruturação já está concluída. A Americanas encerrou as investigações, aprovou o plano de recuperação judicial com os credores e reduziu drasticamente sua dívida, que caiu de R$ 42 bilhões para R$ 1,8 bilhão após um conjunto de medidas.

Entre as ações, destacam-se o aporte de R$ 12 bilhões dos acionistas de referência, a conversão de parte das dívidas bancárias em participação acionária e os acordos com fornecedores, que aceitaram descontos em seus créditos. Assim, a estrutura de capital, agora mais leve, dá espaço para novos planos.

Além disso, o operacional já começa a mostrar sinais de reação. No segundo trimestre, a companhia voltou ao breakeven e registrou um EBITDA positivo de R$ 42 milhões. Desse modo, o próximo objetivo é alcançar R$ 1,5 bilhão de resultado operacional no médio prazo.

Nova gestão e desafios

Fernando Soares chega ao comando com um histórico robusto. Ele foi CEO da Domino’s Brasil por quatro anos e passou duas décadas na Ambev, ocupando cargos de liderança no Brasil e em países da América Latina. A Americanas aposta em sua experiência em operações e marketing para guiar a nova etapa.

Além disso, durante a gestão de Coelho, foram fechadas 220 lojas deficitárias, além da redução de área de vendas em outras 20. A medida, junto ao redesenho do sortimento, permitiu aumentar a receita e ampliar a presença de produtos exclusivos. Soares terá a missão de intensificar esse processo.

Portanto, o novo CEO também vai conduzir a retomada do cartão de crédito e do programa de fidelidade. Ambos fazem parte da segunda fase do plano estratégico, que busca aumentar receitas recorrentes e gerar fluxo de caixa sustentável.

O futuro da companhia

A Americanas organizou seus próximos passos em três blocos. O primeiro, focado em ajustes no negócio principal, já foi praticamente concluído. O segundo, que envolve adjacências como serviços financeiros e fidelidade, está em andamento.

Ademais, o terceiro bloco representa a aposta de longo prazo. Nele, a empresa pretende explorar novos formatos de negócios, investir em inteligência artificial e avaliar oportunidades de compra e venda de ativos. Essa camada, segundo Soares, será a chave para atingir a meta de R$ 1,5 bilhão em EBITDA.

Por fim, a estratégia busca deixar para trás o período de crise e abrir espaço para uma Americanas mais ágil, inovadora e preparada para enfrentar a concorrência acirrada do varejo brasileiro.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.