
A Azevedo & Travassos Energia – ATE (AZTE3) divulgou nesta quinta-feira (3), a assinatura de um memorando de entendimentos vinculante (MOU) para adquirir 100% do capital da Petro-Victory Energy Corp (PVE).
Mais do que apenas um movimento de expansão, a transação representa uma verdadeira mudança de patamar para a ATE. Ela deixará de atuar de forma concentrada em uma única bacia para operar em três das principais regiões petrolíferas do país, com um portfólio que inclui campos maduros, blocos exploratórios e reservas de gás natural com alto potencial de monetização.
O que está sendo comprado
A Petro-Victory traz consigo um pacote robusto de ativos. A lista inclui 4 campos em produção (Andorinha, Alto Alegre, Trapiá e São João), 34 blocos exploratórios com mais de 2.396 km² de sísmica 3D, além de participações em 12 ativos adquiridos pela Brava Energia no início de 2025.
Com isso, a ATE ganha presença nas bacias Potiguar, Espírito Santo e Barreirinhas (MA).
Também faz parte do negócio a participação da PVE na Capixaba Energia, operadora dos campos Lagoa Parda, Águia Real e Bauíra.
A produção combinada dos ativos da Capixaba e do campo de Lobato (em parceria com a Brava) já soma mais de 560 barris de óleo equivalente por dia (boe/dia) — com potencial de duplicação no curto prazo.
Gás natural no radar
A aposta da ATE na diversificação energética é clara. O campo de São João, localizado na Bacia de Barreirinhas, possui recursos contingentes estimados em 8,4 milhões de boe em gás natural.
A estratégia será desenvolvê-lo em parceria com a Eneva, o que reforça a posição da ATE em um segmento considerado chave para a transição energética e menos exposto à volatilidade do petróleo.
Já no Espírito Santo, os ativos operados pela Capixaba Energia devem passar por um plano de revitalização junto à Blue Oil, com expectativa de dobrar a produção atual.
Os números por trás do negócio
Segundo relatório técnico da GLJ Ltd., os ativos da Petro-Victory possuem:
- US$ 69 milhões em valor presente líquido (NPV10) para reservas provadas (1P);
- US$ 151 milhões para reservas provadas e prováveis (2P);
- US$ 104 milhões em recursos contingentes, principalmente de gás.
Além disso, a empresa incorpora know-how técnico e licenças operacionais valiosas em regiões com forte potencial exploratório.
Um novo posicionamento
Ao integrar os ativos da PVE, a Azevedo & Travassos Energia assume um novo perfil: deixa de ser uma operadora de nicho para se tornar uma empresa com escala nacional, múltiplas frentes operacionais e diversificação de receita.
Com sinergias especialmente evidentes na Bacia Potiguar, onde já atua via sua subsidiária Phoenix, a empresa projeta ganhos operacionais relevantes com a integração.
“A aquisição representa um passo crucial na consolidação da ATE como operadora relevante no setor de óleo e gás nacional, com sinergias operacionais e ampla diversificação de ativos”, destaca a companhia.