
A Azevedo & Travassos (AZEV3) e a ATE (AZTE3), sua divisão de petróleo e gás, estão diante de um desafio de mercado que pode se tornar uma grande virada de página para ambas — e também para seus investidores. Após ser notificada pela B3 por manter suas ações cotadas abaixo de R$ 1 por mais de 30 pregões consecutivos, a empresa afirmou que poderá realizar um reenquadramento para atender às exigências da bolsa.
Embora um grupamento de ações não esteja no radar imediato, a companhia admitiu que essa medida poderá ser considerada caso não consiga uma revalorização orgânica das ações AZTE3 até o prazo final estabelecido pela B3: 24 de novembro.
Por ora, a gestão aposta nos avanços operacionais para destravar valor e convencer o mercado de que a empresa merece sair da zona dos centavos.
“A gestão acredita que, com a continuidade dos avanços operacionais, o mercado poderá reconhecer o valor intrínseco da companhia”, afirmou a Azevedo & Travassos em comunicado.
Nesta terça-feira (8), ambas as companhias anunciaram avanços operacionais significativos e isso tem feito as ações dispararem. Por volta das 11:40, os papéis AZEV3 subiam 10,20% a R$ 0,54, enquanto os AZEV4 avançavam 10,71% a R$ 0,62. Já o AZTE3 registrava alta de 6,45% a R$ 0,66, no mesmo horário.
Contratos bilionários e perfuração bem-sucedida reacendem otimismo
Nos últimos dias, a Azevedo & Travassos vem anunciando boas novas que animaram parte do mercado. A começar pela vitória de uma importante licitação da Petrobras para obras no complexo Gaslub, por meio de sua controlada Heftos Óleo & Gás, em consórcio com a Construtora Colares Linhares, anunciada nesta terça-feira (8).
O contrato — ainda sujeito à homologação interna da Petrobras — pode render até R$ 1,76 bilhão, sendo 80% deste valor sob responsabilidade da Heftos.
Além disso, a empresa comunicou avanços significativos no campo de Andorinha, na Bacia Potiguar (RN), onde concluiu com sucesso a perfuração do poço 3-AND-5-RN.
Foram identificados 13 metros de possíveis camadas produtoras de petróleo e gás, e a próxima etapa é a completação e conexão à estação coletora local. A operação foi feita pela subsidiária ATP, em parceria com a PetroVictory Energia.
E não para por aí: a área de infraestrutura da companhia também deu sinais de fôlego, ao anunciar a assinatura de um contrato de R$ 384,4 milhões com a Sabesp para serviços de manutenção e expansão da rede de água e esgoto em São Paulo.
A subsidiária Azevedo & Travassos Infraestrutura tem 31% de participação no consórcio responsável pelo projeto, que terá duração de 780 dias.
Reestruturação ou revalorização?
Ainda que os papéis da companhia estejam pressionados, os contratos fechados e o desempenho técnico em campo mostram que a Azevedo & Travassos vive um momento operacional positivo, mesmo que o mercado ainda não esteja precificando esse potencial.
Caso consiga manter esse ritmo de entregas, a empresa pode escapar do grupamento e, de quebra, devolver valor ao acionista.