- Azul registra lucro operacional de R$ 1,951 bilhão no 4T24, alta de 33% em relação ao ano anterior
- Redução de custos e transição para aeronaves mais eficientes sustentam o desempenho positivo
- Companhia mantém planos de operar de forma independente em 2025, apesar do acordo de codeshare com a Gol
A Azul (AZUL4) apresentou fortes ganhos na Bolsa de Valores na manhã desta segunda-feira (24), impulsionada pelos resultados positivos do quarto trimestre de 2024 (4T24). Às 11h15 (horário de Brasília), as ações subiam 5,23%, cotadas a R$ 3,82.
A XP Investimentos destacou que a companhia alcançou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 1,951 bilhão, representando um crescimento de 33% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado ficou em linha com as projeções da XP e com o guidance da empresa de alcançar R$ 6 bilhões em Ebitda em 2024.
Redução de custos
A Azul manteve um desempenho estável do RASK (receita por assento-quilômetro disponível), com leve queda de 1% na comparação anual.
Por outro lado, o CASK (custo por assento) registrou uma redução de 6% em relação ao ano anterior, beneficiado por preços de combustíveis 17% mais baixos e pela transição para aeronaves de última geração, que oferecem maior eficiência energética.
Avaliação dos analistas
O Goldman Sachs manteve recomendação neutra para as ações da Azul, destacando que os números vieram em linha com as expectativas. O JPMorgan ressaltou o fator de carga surpreendente de 84%, com aumento de 4,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
A geração de fluxo de caixa livre alcançou R$ 128 milhões, embora tenha sido impulsionada por R$ 275 milhões em nova dívida líquida. O banco avalia os resultados como neutros a ligeiramente negativos, devido à queda nos rendimentos, mas destacou os esforços da empresa para gerenciar passivos.
Azul mantém independência em 2025
Durante coletiva de imprensa, o presidente da Azul, John Rodgerson, afirmou que a companhia seguirá operando de forma independente em 2025.
O acordo de codeshare com a Gol (GOLL4), assinado em um Memorando de Entendimento (MOU) em 2024, ainda não impacta as operações da Azul, já que o processo de fusão é longo e não há previsão de efeitos imediatos.
Rodgerson destacou a importância de manter o foco na operação regular da empresa enquanto o processo não é concluído.
O CEO destacou a atuação de David Neeleman, fundador e presidente do Conselho de Administração da Azul, e ressaltou que, embora sua experiência agregue valor à empresa, outros acionistas controladores também exercem papel crucial no negócio.