
- AZUL4 despenca mais 17,37% e acumula perda de mais de 36% na semana após nova oferta de ações
- Marfrig dispara 8,45% e Minerva sobe 4,40%, com melhora nos preços internacionais de carne
- Carrefour recua 0,23% após acionistas aprovarem saída da bolsa brasileira
A semana ainda nem terminou, mas para os investidores da Azul (AZUL4), ela já entrou para a história como uma das piores. Após despencar quase 25% na sessão anterior, os papéis da companhia aérea caíram mais 17,37% nesta quarta-feira, consolidando uma queda superior a 36% em apenas dois pregões. A tragédia no pregão tem como pano de fundo a frustração generalizada com a nova oferta de ações da empresa, vista como dilutiva e mal recebida pelo mercado.
A ação da Azul terminou o dia como a mais negociada da sessão, movimentando altos volumes em meio a ordens de venda desenfreadas. Analistas já classificam o movimento como um exemplo clássico de destruição de valor quando não há alinhamento entre expectativas do mercado e decisões estratégicas da empresa.
A emissão de ações, planejada para captar recursos e reforçar o caixa, gerou desconfiança entre os investidores, que temem maior dificuldade na recuperação financeira da aérea.
O mercado já vinha monitorando com atenção a alavancagem da empresa e sua exposição ao dólar e ao combustível de aviação. A notícia da nova oferta apenas cristalizou temores de que a Azul pode enfrentar obstáculos maiores que o esperado para atingir rentabilidade consistente.
A reação do mercado foi rápida e dura, penalizando severamente os papéis, que agora acumulam uma das maiores perdas do ano no setor aéreo.
Carrefour aprova fechamento de capital e recua levemente
Enquanto a Azul protagonizava um desastre, o Carrefour Brasil (CRFB3) registrava uma sessão mais contida, com queda de 0,23%. A variação quase estável ocorreu em um dia de importante decisão: os acionistas da companhia aprovaram o fechamento de capital no Brasil. A medida faz parte de um processo de reestruturação que visa simplificar a presença da rede varejista no país e concentrar a governança na matriz francesa.
O mercado já esperava a decisão, e a aprovação apenas confirmou o movimento de saída da bolsa brasileira. A ação, por enquanto, segue listada, mas deve ser descontinuada assim que os trâmites regulatórios forem concluídos. Apesar da leve queda, investidores avaliam que a saída do Carrefour pode reduzir a liquidez de papéis do setor no médio prazo.
Frigoríficos disparam e BB se destaca entre os bancos
Do lado positivo da sessão, o setor de proteínas ganhou força, impulsionado por sinais de recuperação da demanda externa e melhoria nos preços internacionais. A Marfrig (MRFG3) liderou os ganhos do dia, com alta expressiva de 8,45%, seguida por Minerva (BEEF3), que subiu 4,40%. O desempenho animou o mercado, que volta a apostar em um ciclo favorável para os frigoríficos exportadores.
A Petrobras (PETR4), por sua vez, teve um dia morno, com avanço discreto de 0,30%, na esteira de uma leve alta do petróleo no mercado internacional. A ação continua operando de forma lateralizada, em meio à expectativa sobre dividendos e à agenda de investimentos da companhia.
Entre os bancos, o Banco do Brasil (BBAS3) foi o único a fechar no azul, com alta de 1,12%. A instituição tem se destacado por apresentar resultados sólidos e manter boa eficiência operacional. Contudo, que tem atraído investidores em busca de proteção em meio à volatilidade.