
- B3 lança o IFGOLD B3, índice que replica o desempenho dos contratos futuros de ouro.
- Indicador abre caminho para ETFs e fundos com exposição direta ao metal.
- Investidores ganham nova alternativa para acompanhar e lucrar com o ciclo de alta do ouro.
A B3 lançou nesta terça-feira (21) o Índice Futuro de Ouro (IFGOLD B3), novo indicador criado para acompanhar o desempenho dos contratos futuros de ouro negociados na Bolsa. O índice mede o retorno total dos investimentos na commodity, considerando a valorização diária dos preços e a renovação automática dos contratos.
Segundo a Bolsa, o objetivo é atender à crescente demanda por exposição ao metal precioso, impulsionada por um cenário global de instabilidade e alta procura por ativos de proteção. Em 2025, o ouro bateu recordes consecutivos em meio às tensões comerciais e à desaceleração econômica internacional.
Como funciona o IFGOLD B3
O novo indicador reflete uma carteira teórica composta pelo contrato futuro de ouro com maior liquidez — ou seja, o mais negociado no momento. A metodologia inclui a substituição automática dos contratos perto do vencimento, garantindo que o índice reproduza fielmente o comportamento da commodity.
O cálculo do IFGOLD é diário e considera a valorização total do contrato futuro, incluindo variações de preço e ajustes. O sistema é semelhante ao usado nos minicontratos de dólar e de índice, mas com foco em um ativo que tem ganhado força entre investidores.
De acordo com a B3, a iniciativa reforça a estratégia de ampliar o portfólio de índices temáticos. O IFGOLD é o 12º indicador lançado em 2025 e chega após o recorde de 6,5 mil contratos de ouro negociados em um único dia, no início de setembro.
Por que o ouro voltou ao radar
O ouro voltou a se destacar como ativo de proteção em períodos de incerteza. As tensões comerciais entre China e Estados Unidos, combinadas à alta do dólar e às flutuações nas bolsas globais, reacenderam a busca por investimentos considerados seguros.
A criação do IFGOLD B3 oferece ao investidor uma forma de monitorar a performance da commodity em tempo real, com maior transparência e acesso via plataformas digitais. Segundo analistas, o índice deve impulsionar a criação de novos produtos de investimento, como ETFs e fundos multimercado lastreados em ouro.
O gerente de Produtos da B3, Hênio Scheidt, afirma que o indicador “facilita o acesso de investidores de varejo”. Desse modo, ele destaca que o IFGOLD pode democratizar o investimento em metais preciosos, permitindo exposição à variação do ouro de forma simples e rápida.
Perspectivas para o mercado de ouro
Com o lançamento, a B3 espera ampliar a liquidez dos contratos futuros e estimular o desenvolvimento de novos derivativos. Assim, a Bolsa aposta que a popularização do IFGOLD pode atrair investidores que antes não tinham acesso direto à commodity.
Ademais, para analistas, a novidade deve fortalecer o papel do Brasil no mercado global de ouro. O país ganha um indicador oficial alinhado aos padrões internacionais, como o LBMA Gold Price de Londres.
Por fim, no curto prazo, o IFGOLD B3 tende a se tornar referência para fundos e gestoras. O índice deve servir de base para produtos ligados à oscilação do metal. O movimento repete o que ocorreu com os índices de dólar e Ibovespa no passado.