Liquidez e transparência

B3 muda regras e vai agitar mercado de títulos públicos em outubro

Bolsa vai credenciar formadores de mercado para aumentar liquidez e atrair mais investidores para o Tesouro Direto.

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carteira do Ibovespa B3
carteira do Ibovespa B3
  • Novo programa da B3 credencia formadores de mercado para NTN-B, LFT e LTN a partir de outubro.
  • Objetivo é ampliar liquidez e transparência no mercado secundário de títulos públicos.
  • Inscrições vão até 26 de setembro, com vagas para instituições financeiras e fundos de investimento.

A B3 anunciou nesta quarta-feira (17) o lançamento de um programa que promete transformar a forma como investidores compram e vendem títulos públicos federais. A iniciativa, que começa em outubro, vai credenciar instituições para atuar como formadores de mercado em papéis do Tesouro, com a missão de ampliar liquidez e transparência no segmento.

A medida mira especialmente os títulos já emitidos, mas que ainda circulam no mercado com pouca negociação eletrônica. A estratégia busca estimular preços mais competitivos e melhorar a experiência de quem aplica em renda fixa.

Como vai funcionar o novo programa

O programa permitirá credenciar até dois formadores para NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional série B) e até dois para LFTs e LTNs. As instituições escolhidas terão de realizar ofertas de compra e venda na plataforma Trademate, sistema eletrônico da B3 voltado para renda fixa.

Segundo a Bolsa, os participantes receberão incentivos financeiros de acordo com o volume de negociações e com o spread praticado. O objetivo é garantir maior eficiência e criar preços de referência mais claros para o mercado.

Diferente do programa de dealers do Tesouro, que se concentra em papéis novos, este projeto foca em ativos com estoque relevante, mas que ainda dependem do mercado de balcão. A ideia é trazer essas negociações para a tela.

Impactos esperados no mercado

Para a B3, o modelo deve atrair mais investidores para o mercado secundário de títulos públicos, que hoje enfrenta baixa liquidez. Segundo Fernando Bianchini, superintendente de Produtos de Renda Fixa da B3, a meta é “engajar o mercado, aumentar transparência e dar mais segurança ao investidor”.

Especialistas avaliam que a mudança pode reduzir custos de negociação, aproximando a renda fixa brasileira das práticas internacionais. A maior competição entre formadores tende a favorecer tanto o investidor individual quanto os grandes fundos.

Além disso, o movimento ocorre em um momento de juros altos no Brasil, com a Selic em 15% ao ano, o que aumenta o interesse por títulos públicos. A liquidez extra pode reforçar o papel dos papéis do Tesouro como opção central nas carteiras.

Quem pode participar do credenciamento

As inscrições para o programa estão abertas até 26 de setembro. Caso haja mais interessados do que vagas, a B3 aplicará critérios de desempate.

Poderão se inscrever pessoas jurídicas nacionais e estrangeiras, além de fundos de investimento que já atuem como formadores de mercado autônomos. A exigência será manter ordens de compra e venda na tela por pelo menos 70% do pregão, dentro de limites de spread e quantidade mínima estabelecidos.

Esse formato segue a lógica de programas já adotados para ativos listados, em que a manutenção das ofertas garante liquidez constante e segurança para os investidores.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.