
- Volume em ações caiu 0,4% e derivativos recuaram 12,6% em setembro.
- Renda fixa avançou 16,2%, somando R$ 8,5 trilhões em estoque total.
- Base de investidores cresce 3,3%, alcançando 5,39 milhões de CPFs ativos.
A B3 (B3SA3) registrou queda de 0,4% no volume médio diário do segmento de ações em setembro de 2025, somando R$ 22,93 bilhões. A leve retração sinaliza uma desaceleração no ritmo das negociações e reflete um cenário de cautela no mercado financeiro.
Na comparação com agosto, o tombo foi ainda maior: 4,5%. O resultado mostra que o investidor local segue menos ativo, em meio à volatilidade internacional e ao enfraquecimento do fluxo estrangeiro.
Derivativos em baixa e impacto direto na receita
No segmento de derivativos, que reúne contratos de juros, moedas e commodities, o volume médio diário caiu 12,6%, para R$ 9,25 bilhões.
Mesmo com a redução nas negociações, a receita média por contrato aumentou 5%, chegando a R$ 1,34, impulsionada pela reprecificação de riscos e maior custo de hedge.
Além disso, o desempenho negativo nos derivativos pressiona a rentabilidade da Bolsa, já que esse é um dos produtos de maior margem operacional.
Com menos operações e mais volatilidade, o foco dos investidores migrou para posições defensivas e instrumentos de renda fixa.
Renda fixa avança e equilibra o quadro
Enquanto os derivativos perderam tração, o mercado de renda fixa manteve ritmo forte. As novas emissões cresceram 12,6% na comparação anual, totalizando R$ 1,79 trilhão, e o estoque total subiu 16,2%, atingindo R$ 8,5 trilhões.
Nesse sentido, o movimento reflete a preferência dos investidores por ativos com retorno previsível e menor exposição à volatilidade.
Além disso, o número de investidores ativos também aumentou, alcançando 5,39 milhões de CPFs, alta de 3,3% em um ano.
Portanto, apesar da leve queda no volume total, o avanço da base de participantes mostra resiliência do mercado doméstico.
Perspectiva para o fim do ano
Analistas destacam que, mesmo com o recuo, o desempenho da B3 segue dentro do esperado para um trimestre de ajuste.
Ademais, o comportamento dos volumes deve continuar sensível à política monetária e aos sinais de recuperação econômica global.
Por fim, a Bolsa ainda aposta em novos produtos e maior digitalização para atrair mais investidores e ampliar a liquidez até o fim de 2025.