Nada feito

Banco Central barra negócio bilionário e livra BRB de “herdar bomba” do Master

Negócio polêmico de R$ 24 bilhões é vetado, deixa BRB livre de riscos e joga incertezas sobre o futuro do Banco Master.

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banco central economia 0413202012
banco central economia 0413202012
  • BC barra compra e livra BRB de herdar riscos bilionários do Master.
  • Negócio vetado fragiliza ainda mais o Master e levanta dúvidas sobre seu futuro.
  • Mercado vê decisão como sinal de confiança reforçada em bancos sólidos listados na B3.

O Banco Central rejeitou a compra do Banco Master pelo BRB, em decisão comunicada na noite desta quarta-feira (3), depois do fechamento do mercado. Assim, o veto encerra meses de negociações turbulentas e livra o banco estatal de assumir um ativo cercado de desconfiança no sistema financeiro.

A operação de R$ 24 bilhões vinha sendo vista com cautela por analistas, justamente pelo risco de contaminação do balanço do BRB com dívidas e ativos problemáticos do Master. Agora, a recusa do BC é interpretada como um “alívio” para o BRB, mas aumenta a pressão sobre o futuro do banco privado.

BRB respira aliviado

Para o BRB, a decisão evita a herança de uma instituição em situação delicada. O Master acumulava passivos expressivos em CDBs de alto rendimento e ativos ilíquidos como precatórios e participações em empresas em crise, combinação que poderia comprometer o caixa do adquirente.

Nesse sentido, sem o negócio, o BRB preserva sua imagem e a confiança dos investidores, mantendo foco em sua estratégia própria de crescimento.

Desse modo, no mercado a leitura é de que a autoridade monetária blindou o banco estatal de um problema que poderia minar sua credibilidade.

Master em xeque

Se o BRB sai ileso, o cenário é bem mais complicado para o Master. A instituição já enfrentava dificuldades de liquidez e precisava da transação como saída para recompor sua estrutura de capital.

Além disso, sem o aval, cresce o risco de pressão de credores e clientes, aumentando a incerteza sobre sua sobrevivência no médio prazo.

Portanto, o mercado percebe que o BC se antecipou para evitar que uma crise pontual virasse risco sistêmico. Caso o Master não honrasse compromissos, o mercado acionaria o FGC em larga escala.

Reflexo no mercado

O veto do BC pode ter efeitos indiretos sobre o mercado financeiro e até sobre empresas listadas. A mensagem ao setor é clara: a autoridade monetária não hesitará em barrar movimentos de consolidação que representem risco elevado.

Ademais, para os investidores, a leitura é de que o regulador está mais vigilante, o que reforça confiança nas instituições sólidas e pode beneficiar bancos com balanços mais saudáveis, como Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11).

Por fim, no curto prazo, a decisão também reduz ruídos políticos. O BRB, controlado pelo governo do Distrito Federal, evita associação a uma operação considerada polêmica na Faria Lima e no BC.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.