Provável manutenção

Banco Central deve segurar Selic em 15% pela 2ª vez: entenda a estratégia

Expectativa do mercado é de manutenção dos juros; analistas avaliam que BC prioriza consolidar combate à inflação antes de mudar de rumo.

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  • BC deve manter a Selic em 15% pela segunda vez consecutiva
  • Estratégia busca consolidar o combate à inflação ainda acima da meta de 3%
  • Mercado espera sinais de quando começará o ciclo de cortes de juros

Analistas consultados projetam que o Banco Central do Brasil deve manter a Selic em 15% pela segunda vez consecutiva na reunião desta quarta-feira (17). A decisão ocorre em meio ao processo de consolidação do combate à inflação, que, embora em desaceleração, ainda permanece acima da meta oficial.

A avaliação é que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve reforçar o discurso de cautela. A estratégia é evitar sinais prematuros de afrouxamento monetário que possam comprometer a credibilidade da política econômica.

Por que o BC não corta agora

Segundo especialistas, a inflação segue em patamar elevado e distante do centro da meta de 3% definida para este ano. Embora o índice de preços venha mostrando melhora, a autoridade monetária entende que o processo precisa de mais tempo para se consolidar.

Outro ponto é a volatilidade do câmbio. O dólar oscilando na faixa de R$ 5,30 pressiona preços de importados e reforça a necessidade de juros elevados para segurar expectativas.

Dessa forma, mesmo diante da pressão política por cortes, o BC deve optar por preservar a credibilidade, mantendo a taxa inalterada.

Impacto para a economia

Com a Selic em 15% ao ano, o crédito continua caro para famílias e empresas, o que reduz o consumo e os investimentos. Esse efeito ajuda a controlar a demanda e, por consequência, a inflação.

Por outro lado, o setor produtivo sente os efeitos da política monetária. Empresas de construção civil, varejo e consumo são as mais impactadas, já que dependem fortemente de crédito.

Ainda assim, analistas reforçam que uma política firme agora pode abrir espaço para cortes futuros mais sustentáveis, sem risco de retrocesso.

O que esperar daqui pra frente

O mercado deve acompanhar de perto o comunicado do Copom. O tom usado na ata pode indicar quando os cortes começarão e em qual intensidade.

Economistas acreditam que, caso a inflação siga cedendo e o dólar se mantenha estável, o BC pode iniciar o ciclo de flexibilização já no primeiro trimestre de 2026.

Enquanto isso, o consenso é que o banco continuará em posição defensiva, monitorando tanto o cenário doméstico quanto as decisões de juros nos Estados Unidos.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.