
- Banco Central aguarda decisão de Renato Gomes para autorizar venda do Master ao BRB
- Operação deve dividir o Master em ao menos seis partes, envolvendo BTG e J&F
- Vorcaro ficará com ativos residuais, mas afastado do comando e sob suporte do FGC
O Banco de Brasília (BRB) está prestes a definir a compra do Banco Master, mas a operação ainda depende de um único sinal verde dentro do Banco Central. Segundo o Broadcast/Estadão, a decisão final cabe ao diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, Renato Gomes.
O aval de Gomes é crucial porque envolve um ato de concentração com impacto direto na concorrência do sistema bancário brasileiro. Desde o início, ele demonstrou cautela sobre os termos do acordo, o que manteve o desfecho em suspenso até esta semana.
O papel do Banco Central
Pelo regimento interno do BC, cabe justamente à diretoria comandada por Renato Gomes avaliar operações que concentram mercado ou alteram significativamente a dinâmica de concorrência. Também é essa área que concede autorizações para instituições financeiras.
Na prática, o BRB só pode concluir a compra do Master quando o diretor encaminhar a proposta de aprovação à Diretoria Colegiada. Interlocutores próximos afirmam que a decisão tende a sair ainda nesta semana, embora possam solicitar ajustes.
A expectativa no mercado é de que a aprovação venha com condições que reforcem garantias aos clientes e preservem a estabilidade do sistema.
Como será a divisão do Master
O desenho atual prevê que o Master seja fatiado em pelo menos seis partes. Uma fatia significativa vai para o BRB, enquanto outros blocos de ativos serão adquiridos por instituições como BTG Pactual e grupo J&F.
Parte dos ativos ficará sob gestão dos antigos sócios, Augusto Lima e Maurício Quadrado. O restante permanecerá com o banqueiro Daniel Vorcaro, fundador do Master, mas com suporte direto do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Portanto, esse modelo busca equilibrar interesses do mercado, atender exigências regulatórias e minimizar riscos para investidores com CDBs e outros papéis emitidos pelo banco.
O futuro de Vorcaro e do negócio
Mesmo permanecendo com ativos residuais, Vorcaro deve se afastar do comando das operações. A condição faz parte do acordo costurado com o BC para reduzir riscos de gestão e fortalecer a confiança do mercado.
A operação também ocorre em um momento de maior rigor regulatório, após críticas à captação agressiva do Master com CDBs que chegaram a representar metade da liquidez total do FGC. Ademais, essa prática chamou a atenção da autoridade monetária e acelerou o processo de venda.
Com a decisão final nas mãos de Renato Gomes, investidores e instituições financeiras aguardam ansiosos um desfecho que pode redesenhar parte do setor bancário nacional.