
- Banco Master tenta vender o Will Bank, com quatro interessados.
- Banco Central e FGC acompanham as negociações de perto.
- Vorcaro é investigado, e o impasse com o Bluebank amplia a crise.
O Banco Master tenta acelerar a venda do Will Bank, seu banco digital com foco nas classes C e D. Fontes do mercado afirmam que quatro grupos já demonstraram interesse na compra, entre eles fundos de private equity e investidores institucionais.
A empresa vê a operação como uma forma de ganhar fôlego financeiro. O movimento ocorre após o fim da linha emergencial de R$ 4,5 bilhões do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o que aumentou a pressão do Banco Central (BC) sobre a instituição.
Venda do Will Bank em ritmo acelerado
Criado em 2017, o Will Bank possui cerca de 9 milhões de clientes e R$ 14,4 bilhões em ativos. No entanto, encerrou o primeiro semestre com prejuízo de R$ 244,7 milhões. Segundo pessoas próximas às negociações, dois fundos de private equity, um nacional e outro estrangeiro, estão em conversas iniciais para avaliar a aquisição.
Um terceiro interessado é um grupo com participação de um apresentador de televisão, que estuda formar parceria com investidores do setor financeiro. O Banco de Brasília (BRB) também formalizou interesse, mas enfrenta resistência do BC após a recusa da sua oferta anterior de R$ 23 bilhões em ativos do Master.
Mesmo com as dificuldades, as tratativas avançam. O FGC acompanha de perto as conversas, já que o Will Bank concentra R$ 7 bilhões em CDBs. A venda reduziria riscos e evitaria prejuízos ao fundo em caso de eventual intervenção.
Pressão do BC e investigações em andamento
As negociações ocorrem sob forte vigilância do Banco Central, que avalia a situação financeira e a governança da instituição. O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) investigam o banqueiro Daniel Vorcaro, controlador do Master, por supostos crimes contra o sistema financeiro.
No mercado, o plano de desinvestimento ficou conhecido como o “saldão do Vorcaro”. O movimento envolve a venda de precatórios, imóveis e participações societárias, com a meta de levantar caixa e reduzir passivos.
Desse modo, para conduzir as operações, Vorcaro contratou o advogado Walfrido Warde, especialista em litígios empresariais. O tradicional escritório Machado Meyer também atua na assessoria a empresas interessadas no Will Bank, o ativo mais cobiçado do conglomerado.
Impasse com o Bluebank e saída de sócios
Em outro revés, o Banco Central barrou a transferência do Bluebank (antigo Letsbank) para Maurício Quadrado, mantendo-o sob o controle formal do grupo Master. A decisão reforça o cerco regulatório sobre a instituição.
Ademais, Quadrado já tentou comprar o Banco Digimais (antigo Banco Renner), mas o BC rejeitou o negócio. Agora, ele procura outros investidores para assumir o Bluebank. Enquanto isso, o Banco Master segue responsável pelo conglomerado.
Outro ex-sócio, Augusto Lima, conseguiu aval para assumir o controle do Voiter, que passou a se chamar Pleno. Por fim, executivos do Master afirmam internamente que o FGC prorrogou o prazo até novembro, mas o fundo ainda não confirmou a informação.