Setor bancário

Bancos disparam no radar do UBS BB após sinal forte de juros menores; três viram favoritos

Redução do custo de capital e maior apetite ao risco colocam grandes bancos em vantagem imediata.

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Bancos disparam no radar do UBS BB após sinal forte de juros menores; três viram favoritos
  • UBS BB escolhe Santander, Bradesco e XP como apostas principais com a queda da Selic
  • Juros mais baixos devem melhorar margens, impulsionar crédito e reduzir o COE
  • Migração para risco fortalece plataformas como XP e BTG Pactual

O UBS BB aponta que a perspectiva de queda da Selic em 2026 deve abrir espaço para ganhos rápidos no setor bancário. Segundo o banco, o corte esperado de 3 pontos percentuais, com Selic projetada a 12% ao ano, melhora margens, risco e valor justo das instituições financeiras.

Esse movimento, reforçado pela migração de investidores para produtos mais arriscados, favorece os bancos tradicionais. Por isso, o UBS BB escolheu três nomes como principais apostas: Santander Brasil (SANB11), Bradesco (BBDC4) e XP Inc. (XPBR31).

Setor reage ao juro mais baixo

O banco explica que, com o juro menor, as margens tendem a melhorar, já que a maior parte do financiamento é pós-fixado. Além disso, uma parcela relevante do crédito é prefixada, o que aumenta a diferença positiva para os grandes bancos. Assim, o ambiente beneficia principalmente Santander e Bradesco, que possuem carteiras fortes em crédito ao consumidor.

Além disso, a queda do juro incentiva a retomada do crescimento das concessões. Com isso, a qualidade dos ativos também tende a melhorar. Ao mesmo tempo, o cenário impulsiona a margem com mercado, que reúne operações de trading e de gestão de balanço.

O UBS BB afirma ainda que a redução das taxas diminui o custo de capital (COE) das companhias listadas. Esse impacto torna os bancos ainda mais atrativos no curto prazo e altera o valor justo das ações.

XP ganha força com investidores migrando para risco

O banco suíço analisou o efeito de uma queda de 100 pontos-base no COE. Empresas de maior duration, como fintechs, sofrem impacto ainda maior. Os analistas projetam aumento de 12% a 14% no valor justo para tradicionais, 17% para XP e Inter (INBR32) e **20% para o Nu (ROXO34).

Com juros ainda altos, investidores de varejo mostraram aversão ao risco. Hoje, é comum encontrar rendimentos próximos de 1% ao mês em aplicações conservadoras dos grandes bancos. Portanto, plataformas de investimento não eram prioridade. Contudo, esse quadro muda com juros menores, já que a busca por retorno aumenta.

Assim, o banco destaca que uma Selic perto de 10% favorece a entrada de recursos nas plataformas, ampliando o alcance da XP e do BTG Pactual (BPAC11). Isso reforça a visão otimista sobre o papel da XP no novo ciclo.

Santander, Bradesco e XP lideram o potencial de valorização

Para o UBS BB, a combinação entre margens melhores, crédito ao consumidor aquecido e COE menor cria um gatilho direto nas ações de Santander e Bradesco. Já a XP deve se beneficiar da migração para ativos de maior risco, impulsionando seu negócio de varejo.

O banco considera ainda que Nu e Inter também podem capturar ganhos importantes se o COE cair mais rápido. No entanto, o trio principal continua sendo Santander, Bradesco e XP, que concentram o maior impacto imediato.

A seguir, o banco lista suas recomendações para o setor, com destaque para os upside mais fortes: Bradesco (29,7%), Santander (23,9%) e ABC Brasil (18,9%).

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.