
- Itaú lidera em lucro, ROE e dividendos, mantendo posição mais sólida entre os bancões
- Bradesco e Santander mostram recuperação gradual, mas ainda com riscos relevantes
- Banco do Brasil perdeu força após queda de lucro e corte de payout, gerando volatilidade
A temporada de balanços do segundo trimestre trouxe novidades importantes para os grandes bancos brasileiros. Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander divulgaram seus números, e investidores passaram a revisar as apostas no setor financeiro em busca de oportunidades.
Mesmo com lucros elevados, o comportamento das ações mostrou forte volatilidade em agosto. A pressão veio de fatores externos, como incertezas políticas e decisões judiciais, mas também de fragilidades em balanços específicos, o que dividiu a percepção sobre cada banco.
O desempenho no 2T25
Os três maiores privados, Itaú (ITUB3;ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), somaram R$ 21,2 bilhões em lucro, alta de 17% em relação a 2024. O Itaú se destacou com R$ 11,5 bilhões e ROE de 23,2%, superando os concorrentes. Bradesco e Santander avançaram em crédito, mas ainda apresentaram rentabilidade menor, com ROEs de 14% e 16%, respectivamente.
O Banco do Brasil (BBAS3), por outro lado, enfrentou queda expressiva. O lucro líquido ajustado foi de R$ 3,78 bilhões, 60% menor que no ano passado, afetado pelo desempenho fraco no agronegócio. Além disso, cortou projeções de lucro e reduziu o payout de dividendos para 30%.
Para analistas, o contraste entre privados e estatal ficou evidente: enquanto Itaú manteve consistência, o BB vive um ano de ajuste, e Bradesco segue no meio de uma reestruturação delicada.
Dividendos sob os holofotes
No quesito remuneração ao acionista, o Itaú também lidera. O banco mantém fluxo previsível de pagamentos, com dividend yield estimado em 7,9% neste ano, além de JCP já aprovados para esta semana.
Bradesco aparece como alternativa, mas depende do sucesso da sua reestruturação. Santander entrega pagamentos regulares, porém sem grande destaque em comparação aos pares. Já o Banco do Brasil perdeu atratividade no curto prazo após reduzir drasticamente sua política de dividendos.
Segundo especialistas, investidores em busca de renda passiva ainda encontram melhores oportunidades em Itaú e, em alguns casos, na Itaúsa, holding que controla fatia relevante do banco.
Vale a pena investir agora?
Para quem busca previsibilidade e segurança, o Itaú aparece como a escolha mais sólida. Sua operação diversificada, baixo índice de inadimplência e ROE elevado reforçam a confiança do mercado.
Bradesco pode representar uma aposta de recuperação, com risco mais alto, mas possibilidade de valorização se a execução da nova gestão avançar. Santander segue estável, mas sem entregar a mesma força de resultados. Já o Banco do Brasil pode atrair pelo desconto no valor patrimonial, embora a volatilidade e o corte de dividendos afastem investidores mais conservadores.
No fim, a decisão depende do perfil do investidor: estabilidade, recuperação ou aposta em risco maior. Cada um dos bancões tem forças e fragilidades claras neste momento.