
- BBAS3 desaba 12,69% após balanço fraco e rebaixamentos de analistas, com foco em crédito agro
- MRFG3 dispara 21,35% com anúncio de união com BRF, criando gigante global de alimentos
- VALE3 vira no fim do pregão; PETR4 sobe com petróleo; GOLL4 avança após captação para sair do Chapter 11
A sexta-feira foi marcada por fortes oscilações no mercado, com ações do Banco do Brasil (BBAS3) derretendo 12,69%, após a divulgação de resultados decepcionantes do primeiro trimestre de 2025. A queda violenta dominou o pregão e eclipsou movimentos positivos em outros setores, como o de frigoríficos, que registraram alta expressiva. O tombo do BB deixou analistas e investidores em alerta máximo.
O resultado fraco do BB no 1T25 frustrou expectativas e fez casas de análise rebaixarem a recomendação do papel. A XP apontou que o avanço das dívidas no setor agro afetou negativamente os números do banco, que agora aposta em uma safra recorde para reequilibrar as finanças. O próprio presidente do Banco do Brasil classificou o momento como de “timing desfavorável“, reconhecendo a pressão no crédito rural e o impacto nas margens do banco estatal.
Nem mesmo o pagamento de dividendos, anunciado como forma de amenizar o impacto, foi capaz de frear o pessimismo. O papel caiu com força e contaminou momentaneamente o setor financeiro, embora os demais bancos tenham resistido bem. O Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 0,58%, enquanto o Bradesco (BBDC4) avançou 0,33%. A B3 (B3SA3) encerrou o dia estável.
Frigoríficos animam mercado com fusão bilionária
Enquanto o BB recuava com violência, o setor de frigoríficos se destacou positivamente. A Marfrig (MRFG3) liderou as altas do Ibovespa com uma explosiva valorização de 21,35%, após anunciar a incorporação da totalidade das ações da BRF (BRFS3) — que também subiu, com alta de 0,78%.
A nova gigante do setor, chamada MBRF, nasce com receita consolidada de R$ 152 bilhões nos últimos 12 meses. Assim, com atuação global no mercado de carnes e alimentos processados.
A movimentação marca uma das maiores fusões da história recente do setor alimentício brasileiro, e animou investidores que enxergam sinergias e ganho de escala na união. A Minerva (BEEF3) também subiu, com leve alta de 0,97%, enquanto a JBS (JBSS3) recuou 0,71%, ainda sentindo o impacto de seu balanço trimestral.
Gigantes reagem: Vale vira para alta e Petrobras acompanha petróleo
Após um início de sessão negativo, a Vale (VALE3) virou no último momento e fechou o dia com leve alta de 0,07%, contrariando a queda do minério de ferro nos mercados internacionais. A Petrobras (PETR4), por sua vez, ganhou 0,47%. Dessa forma, impulsionada pela valorização do petróleo no exterior, em meio a tensões geopolíticas e cortes na oferta.
Fora do Ibovespa, a Gol (GOLL4) apresentou movimento relevante. A companhia anunciou que levantou bilhões em capital para deixar o processo de recuperação judicial nos EUA (Chapter 11). A operação, portanto, animou parte do mercado, levando as ações a subirem 2,11%. Contudo, analistas seguem cautelosos, apontando risco de diluição significativa dos acionistas após a reorganização societária.