Espaço para valorização

BBI acende alerta e vê MSCI Brazil disparar 20% em 2026; gatilhos surpreendem o mercado

Bradesco BBI projeta salto forte no índice e identifica três forças capazes de destravar valor no início do próximo ano.

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quadro de cotacoes bolsa de valores acoes
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  • Carteira reforça ações sensíveis a juros, como RENT3, ASAI3, ALOS3 e SBSP3
  • BBI prevê alta de 20% no MSCI Brazil, sustentada por juros menores e fluxo doméstico
  • Eleições de 2026 podem destravar valor, criando assimetria positiva conforme planos fiscais surgem

O Bradesco BBI projeta um avanço de 20% no MSCI Brazil em 2026, estimando o indicador em 2.045 pontos. A casa acredita que o Brasil mantém espaço para valorização mesmo após a sequência recente de altas na Bolsa.

Segundo o relatório, três motores devem impulsionar o movimento: o início do ciclo de queda dos juros, a volta do fluxo local para ações e a opcionalidade eleitoral. Esses fatores, combinados, criam um ambiente favorável ao risco no primeiro semestre.

O que sustenta a projeção do BBI

O banco argumenta que a América Latina segue descontada e que a melhora nos dados econômicos abre espaço para reprecificação. Embora vários mercados apresentem histórias atrativas, o Brasil permanece como principal aposta pela combinação singular de juros reais elevados e estímulos em andamento.

Além disso, o BBI mantém postura overweight também para Argentina e Chile, reforçando o potencial de aceleração estrutural nesses países. No México, porém, o banco adota posição neutra, já que os principais catalisadores devem aparecer apenas no fim do ano.

Ainda assim, o destaque brasileiro se impõe diante da perspectiva de uma sequência de cortes moderados na Selic, algo que já melhora avaliações, reduz assimetrias e abre margem para expansão dos múltiplos.

Os 3 catalisadores que podem destravar valor

O primeiro gatilho é o início dos cortes de juros, estimados pelo BBI para janeiro. A projeção envolve redução de 0,25 ponto percentual, seguida de queda acumulada de 3 pontos ao longo de 2026. O movimento, segundo o relatório, tende a favorecer ativos sensíveis a ciclos monetários.

O segundo motor é o fim das saídas locais, que pressionaram a Bolsa nos últimos anos. O BBI lembra que parte relevante do fluxo migrou para renda fixa e que o pico das taxas já reduziu o ritmo dessas saídas. A casa destaca que, historicamente, a reversão ocorre logo após o primeiro corte.

O terceiro fator é a opcionalidade eleitoral, já que o mercado deve precificar planos fiscais mais claros conforme os candidatos se posicionam. Para o BBI, o cenário atual é assimétrico, pois juros reais elevados ampliam o impacto de qualquer melhora na percepção fiscal.

Como ficam os riscos e a carteira recomendada

Embora a visão para o primeiro semestre seja positiva, o BBI afirma que o segundo semestre pode ter maior volatilidade por causa do debate fiscal e da incerteza eleitoral. A casa elaborou cenários que vão desde uma disparada de 127% até uma queda de 46%, dependendo da trajetória das contas públicas.

Na carteira, o banco adicionou empresas sensíveis às taxas, como Localiza (RENT3), Assaí (ASAI3) e Allos (ALOS3). Ao mesmo tempo, reforçou a posição em Sabesp (SBSP3) devido ao perfil defensivo e ao momento regulatório.

O BBI também incluiu Nubank (ROXO34), Axia (AXIA3) e América Móvil, além de small caps como Direcional (DIRR3), Intelbras (INTB3), Grupo SBF (SBFG3) e Mater Dei (MATD3), destacando a oportunidade em nomes penalizados pelo ciclo de juros.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.