
- Instituições financeiras tradicionais agora negociam tokens, ETFs e futuros.
- Regulação nos EUA e avanço legislativo no Brasil trazem segurança ao setor.
- Apesar da consolidação, o mercado ainda convive com especulação e riscos.
O que antes parecia nicho de nerds e startups cripto agora é tema de reuniões no coração da Faria Lima. Bancos, corretoras e gestoras do sistema financeiro tradicional já estão negociando tokens e abrindo espaço para ETFs, contratos futuros e IPOs de empresas cripto.
Segundo Giovanni Vicioso, head de cripto da CME, dona da Bolsa de Chicago, a resposta é simples: “não dava mais para ignorar”. Com um mercado que já supera US$ 3 trilhões em capitalização, a pressão por institucionalização é inevitável.
Por que os bancos entraram no jogo
A expansão dos criptoativos atraiu instituições financeiras de peso que antes relutavam em se associar ao setor.
Hoje, ETFs permitem exposição ao bitcoin sem precisar comprá-lo diretamente, oferecendo a segurança do sistema tradicional.
Para Vicioso, levar os ativos para instituições renomadas ajuda a popularizar a classe de investimentos, já que muitos investidores têm receio de operar em corretoras nichadas.
Além disso, a liquidez e a variedade de instrumentos aumentaram a atratividade.
Regulação: o marco que faltava
Nos EUA, a aprovação do GENIUS Act criou o primeiro marco regulatório federal amplo para cripto, dando previsibilidade e estimulando IPOs de empresas focadas no setor.
No Brasil, a negociação já é permitida e fiscalizada, mas o Congresso discute um arcabouço mais robusto.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) deve incluir na MP da arrecadação um programa para regularizar ativos virtuais declarados incorretamente.
Entre inovação e riscos
Criptomoedas como bitcoin, Ethereum e Solana já estão no mainstream, mas o setor ainda convive com forte especulação e memecoins de alto risco.
A adoção também enfrenta barreiras culturais no Brasil, onde a eficiência do Pix funciona como rival direto da proposta de transações rápidas e sem burocracia.
Ainda assim, especialistas defendem que o mercado está amadurecendo, consolidando instrumentos e reduzindo o espaço de improviso que marcava os primeiros anos do cripto.